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Política

PGR denuncia grupo militar que criou 'Abin Paralela' para tentar golpe

Procurador-geral resumiu que réus procuravam incutir na população a crença de que 'a estrutura democrática estava se voltando, sordidamente, contra o povo'

Maria Eduarda Guimarães

14/10/2025 às 19:00

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Paulo Gonet solicitou nesta terça (14/10) a condenação de sete réus ligados ao que a acusação denomina como 'guerra informacional'

Paulo Gonet solicitou nesta terça (14/10) a condenação de sete réus ligados ao que a acusação denomina como 'guerra informacional' | Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou nesta terça-feira (14/10) a condenação de sete réus ligados ao que a acusação denomina como “guerra informacional”, uma operação de desinformação que faz parte do Núcleo 4 da trama golpista que buscava reverter o resultado das eleições de 2022.

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Em sua sustentação oral de quase uma hora, Gonet detalhou que o grupo tinha como objetivo preparar o cenário para um golpe de Estado, promovendo a fabricação e disseminação de narrativas falsas para minar a confiança popular nas instituições.

O procurador-geral resumiu que os réus procuravam incutir na população a crença de que “a estrutura democrática estava se voltando, sordidamente, contra o povo.”

A acusação enfatizou que essa ofensiva de desinformação foi conduzida de dentro do próprio governo. Gonet apresentou evidências sobre a existência da chamada “Abin Paralela”, uma estrutura que teria desviado recursos e ferramentas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar opositores e produzir material para disseminadores de notícias falsas.

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O plano envolvia ataques sistemáticos ao sistema eleitoral e campanhas difamatórias contra autoridades. Segundo Gonet, até mesmo os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica se tornaram alvos dessas campanhas após se recusarem a aderir aos planos golpistas.

Além disso, o núcleo foi responsável pela criação de um relatório falso, revestido de aparente tecnicidade, sobre as urnas eletrônicas. Gonet afirmou que esse documento inverídico foi usado para questionar o resultado da corrida presidencial de 2022, em que Bolsonaro saiu derrotado, inflamando a militância bolsonarista.

O Núcleo 4 é composto por sete pessoas, a maioria delas com histórico militar ou policial:

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  • Ailton Gonçalves Moraes Barros, major da reserva do Exército

  • Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército

  • Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército

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  • Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército

  • Reginaldo Vieira de Abreu, coronel do Exército

  • Marcelo Araújo Bormevet, policial federal

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  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal

  • Eles respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

    Cronograma 

    O julgamento do Núcleo 4 começou nesta terça-feira, com a manifestação do PGR após a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. As defesas dos réus estão apresentando suas alegações.

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    Em geral, as defesas afirmaram em suas alegações finais por escrito que a PGR não conseguiu individualizar as condutas de cada réu, sustentando que o processo é baseado somente em indícios e suposições, numa narrativa genérica, e carece de provas cabais dos crimes.

    A Primeira Turma do STF, integrada pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino (presidente), Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia, reservou as sessões dos dias 15, 21 e 22 de outubro para concluir a fase de votos e decidir sobre a absolvição ou condenação dos acusados.

    Processo dividido em núcleos

    A PGR, com a aprovação do Supremo, dividiu o processo da tentativa de golpe em quatro núcleos, conforme o papel de cada grupo na organização criminosa.

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    O Núcleo 1, tido como “o crucial”, já resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras seis pessoas pela Primeira Turma.

    O Núcleo 4 está em julgamento atualmente. Os demais grupos terão seus julgamentos nos próximos meses: o Núcleo 3 está agendado para novembro e o Núcleo 2, para dezembro.

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