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No poder há mais de quatro décadas, Paul Biya assumiu em 1982 | Zohra Bensemra/Reuters/Folhapress
O presidente de Camarões, Paul Biya, de 92 anos, foi reeleito para um oitavo mandato consecutivo, segundo resultados divulgados nesta segunda-feira (27/10) pelo Conselho Constitucional do país.
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No poder desde 1982, Biya, o governante mais velho do mundo, obteve 53,66% dos votos, contra 35,19% de seu principal rival, o ex-aliado Issa Tchiroma Bakary.
A nova vitória assegura ao líder veterano mais sete anos à frente do governo e pode mantê-lo no poder até quase completar 100 anos.
A oposição, porém, contestou o resultado. Bakary, que já havia reivindicado vitória antes do anúncio oficial, afirmou em uma publicação no Facebook que dois civis morreram após tiros disparados perto de sua casa, na cidade de Garoua, no norte do país.
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Ele não especificou a origem dos disparos. A Reuters informou não ter conseguido confirmar o relato de forma independente.
Os confrontos se intensificaram na semana anterior, quando resultados parciais indicavam vantagem para Biya.
Pelo menos quatro pessoas morreram em protestos na cidade de Douala, principal centro comercial do país.
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Analistas afirmam que o novo mandato de Biya começa sob forte contestação.
“Esperamos que a agitação aumente à medida que os camaroneses rejeitem amplamente o resultado oficial, e não podemos ver o governo de Biya durando muito mais tempo”, disse François Conradie, economista político da Oxford Economics.
Para Murithi Mutiga, diretor do Programa da África do International Crisis Group, o resultado deixa o presidente em uma posição “notavelmente instável”.
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Ele defendeu a abertura de uma mediação nacional “para evitar uma escalada ainda maior da crise”.
No poder há mais de quatro décadas, Paul Biya assumiu em 1982 após depor seu mentor, o ex-presidente Ahmadou Ahidjo, e consolidou um regime marcado por autoritarismo, clientelismo e denúncias recorrentes de fraude eleitoral.
Em 2008, o líder removeu do texto constitucional o limite de dois mandatos presidenciais, garantindo sua permanência indefinida no cargo.
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