De sensação em 2024 a inelegível em 2026, Pablo Marçal despenca

O empresário e ex-coach Pablo Marçal (PRTB) foi condenado em primeira instância três vezes neste ano pela Justiça Eleitoral e está inelegível por oito anos, até 2032. Cabe recurso.

A última decisão ocorreu em julho, e condenou Marçal por abuso uso indevido dos meios de comunicação social, captação e gastos ilícitos de recursos e abuso de poder econômico. A ação foi protocolada pelo PSB, partido de Tabata Amaral (PSB).

Entre outras condutas, o tribunal considerou que o empresário  divulgou um conteúdo sobre sorteio de boné para quem marcasse pessoas nas redes sociais e ofereceu sorteio de R$ 200 a quem compartilhasse seus conteúdos.

O processo também cita que ele passou a usar influenciadores para atingir usuários das redes sociais, após o então candidato ter seus perfis suspensos temporariamente.

Além disso, segundo o juiz, Marçal divulgou um conteúdo que questiona o processo eleitoral e que ofende e degrada gravemente os adversários.

Após a terceira condenação, Marçal se disse inocente e que espera reverter as decisões.

“Sigo confiante na revisão dessa decisão pelas instâncias superiores, seja em São Paulo, seja no Tribunal Superior Eleitoral, e continuo acreditando na Justiça como instrumento legítimo de equilíbrio e verdade”, escreveu, em nota.

Ele foi condenado outras duas vezes pelo TSE neste ano. As sentenças foram proferidas em fevereiro e abril.

De sensação a fiasco

Marçal afirmou à Gazeta em março do ano passado que deveria ser pré-candidato nas eleições municipais. A partir de então então, se filiou ao então nanico PRTB e passou a usar uma tática bastante agressiva nas eleições para a Prefeitura de São Paulo.

Desde o início da pré-campanha, usou como base ataques virulentos contra adversários – parte sem provas –, promessas exorbitantes (como a de construir o maior edifício do mundo em São Paulo) e polêmicas em debates televisivos.

O seu estilo, que já era popular pelas redes sociais, logou ganhou ainda mais simpatizantes, principalmente entre a juventude. Ele chegou a liderar uma série de pesquisas.

Aos poucos, porém, a sua campanha foi perdendo fôlego, principalmente após receber uma cadeirada do também candidato José Luiz Datena (PSDB) durante o debate na TV Cultura. Acabou não chegando sequer ao segundo turno, que foi ocupado por Ricardo Nunes (MDB) – que acabaria reeleito) e pelo deputado Guilherme Boulos (PSOL).

Em janeiro deste ano ele anunciou que seria candidato à Presidência da República em 2026. A pretensão era de criar uma alternativa à direita ao bolsonarismo.

O empresário Pablo Marçal afirmou em janeiro deste ano que seria candidato à presidência pelo PRTB, legenda liderada pelo empresário Leonardo Avalanche.

"Serei candidato a presidente pelo PRTB em 2026. O empreendedorismo é a chave para libertar o nosso povo e fomentar o desenvolvimento econômico", afirmou, em nota enviada à imprensa.

A intenção era a de lançar o cantor e compositor Gusttavo Lima como vice. Com as decisões da Justiça Eleitoral, porém, o plano segue suspenso.