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Medida foi oficializada após Trump assinar, no dia 30 de julho, decreto que adicionou 40% aos 10% já existentes | Gage Skidmore/Wikimedia Commons
Entraram em vigor nesta quarta-feira (6/8) as tarifas de importação de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
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A medida foi oficializada após o presidente americano, Donald Trump, assinar, no dia 30 de julho, um decreto que adicionou 40% aos 10% já existentes.
O decreto prevê uma lista de quase 700 itens isentos da tarifa, incluindo suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes, combustíveis, determinados tipos de metais e madeira.
Segundo a Casa Branca, a decisão foi tomada em resposta a ações do governo brasileiro consideradas uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA.
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O texto cita ainda “perseguição política, intimidação, assédio, censura e processos judiciais” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, classificando essas práticas como “abusos de direitos humanos” e enfraquecimento do Estado de Direito. Leia abaixo.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é citado no documento como responsável por “ameaçar e intimidar opositores políticos, proteger aliados e suprimir dissidências”.
A Casa Branca afirma que, quando empresas americanas se recusaram a cumprir ordens judiciais no Brasil, Moraes aplicou multas, determinou a exclusão de plataformas do mercado brasileiro, ameaçou executivos com processos criminais e chegou a congelar ativos de uma empresa dos EUA para obrigar o cumprimento de decisões.
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O governo americano também menciona o caso do blogueiro Paulo Figueiredo, que reside nos Estados Unidos e é alvo de ação judicial no Brasil por declarações feitas em território americano.
“O presidente Trump está defendendo empresas americanas contra extorsão, protegendo cidadãos americanos de perseguição política, garantindo a liberdade de expressão e preservando a economia dos EUA de decisões arbitrárias de autoridades estrangeiras”, informou a Casa Branca.
Além das tarifas, a Casa Branca determinou o bloqueio de vistos de ministros do STF, alegando que eles “censuraram a liberdade de expressão protegida nos EUA”.
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No dia 18 de julho, os EUA revogaram os vistos de Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também foi incluído nas sanções. Ficaram de fora os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux.
“O presidente Trump ordenou ao secretário Rubio que revogasse os vistos do ministro Moraes, de seus aliados no Tribunal e de seus familiares imediatos”, acrescenta o comunicado.
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O governo brasileiro segue tentando negociar a retirada ou a redução da tarifa. Em evento no Palácio Itamaraty nesta terça-feira (5/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil “continua disposto a dialogar”, mas vê pouco espaço para recuo dos EUA.
"Eu não vou ligar para o Trump para comercializar porque ele não quer falar. Mas eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para a COP, porque quero saber o que ele pensa da questão climática", disse Lula.
O presidente também informou que está finalizando um plano de contingência para auxiliar empresas brasileiras afetadas pelas medidas.
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Mesmo com a pressão para uma ligação direta entre Lula e Trump, assessores do Planalto defendem que o contato só ocorra quando houver clareza sobre pontos de negociação, para evitar o risco de encerrar de vez o diálogo com Washington.
As chances de acordo diminuíram após o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, declarar no domingo (3/8) que é “improvável” que qualquer entendimento com outros países seja firmado nos próximos dias.
Ainda assim, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que pretende se reunir nesta semana com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. A reunião, segundo ele, servirá como preparação para um possível encontro entre Lula e Trump.
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ENFRENTANDO UMA EMERGÊNCIA NACIONAL: Hoje, o Presidente Donald J. Trump assinou uma Ordem Executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o total da tarifa para 50%, para lidar com políticas, práticas e ações recentes do Governo do Brasil que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos.
USANDO INFLUÊNCIA PARA PROTEGER NOSSOS INTERESSES: O Presidente Trump reafirmou consistentemente seu compromisso de defender a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos contra ameaças estrangeiras, incluindo a proteção da liberdade de expressão, a defesa de empresas americanas contra coerção censória ilegal e a responsabilização de violadores de direitos humanos por seu comportamento fora da lei.
COLOCANDO A AMÉRICA EM PRIMEIRO LUGAR: Ao impor essas tarifas para enfrentar as ações imprudentes do Governo do Brasil, o Presidente Trump está protegendo a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos contra uma ameaça estrangeira. Em linha com seu mandato eleitoral, o Presidente Trump também tomou outras medidas para alcançar a paz por meio da força e garantir que a política externa reflita os valores, a soberania e a segurança dos EUA.
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