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Brasil é o único país a receber a alíquota máxima até agora | GPO/Fotos Públicas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9/7) a aplicação de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras.
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A medida entra em vigor a partir de 1º de agosto e faz parte de uma nova ofensiva comercial do governo americano contra países que, segundo Washington, adotam práticas consideradas desleais ou injustas.
Além do Brasil, outros sete países foram notificados: Argélia, Brunei, Filipinas, Iraque, Líbia, Moldávia e Sri Lanka.
As tarifas anunciadas por Trump variam entre 20% e 50%, sendo o Brasil o único país a receber a alíquota máxima até agora.
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No mesmo comunicado, Trump determinou a abertura de uma investigação com base na Seção 301 da Lei de Comércio dos Estados Unidos, de 1974.
O dispositivo autoriza o governo americano a apurar e reagir a práticas comerciais de outros países que prejudiquem empresas dos EUA.
De acordo com o presidente americano, a investigação foi motivada por “ataques contínuos do Brasil às atividades comerciais digitais de empresas americanas, bem como outras práticas desleais”. Trump designou o Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, para conduzir o processo.
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A Seção 301 já foi usada em outras ocasiões para impor sanções comerciais, como nos casos envolvendo a China durante o próprio governo Trump e também no governo de seu antecessor, Joe Biden.
Na carta publicada pela Casa Branca, Trump relaciona a decisão a episódios envolvendo plataformas digitais. Ele menciona, sem apresentar provas, supostas ordens de censura emitidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas de tecnologia americanas.
Segundo o documento, essas ações representariam uma “violação da liberdade de expressão” e estariam entre os fatores que influenciaram a adoção da tarifa contra o Brasil.
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Trump citou como exemplo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou o bloqueio da plataforma Rumble no país em fevereiro deste ano, e as sanções aplicadas à rede X, de Elon Musk, no ano passado.
Além disso, o presidente americano voltou a mencionar o ex-presidente Jair Bolsonaro, chamando as investigações contra ele de “caça às bruxas” e criticando o que chamou de falta de reciprocidade nas relações comerciais entre Brasil e EUA.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, o Brasil acumula déficits sucessivos na balança comercial com os Estados Unidos desde 2009.
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No total, as exportações americanas para o Brasil superaram as importações em US$ 88,61 bilhões no período equivalente a cerca de R$ 484 bilhões na cotação atual.
Apesar disso, o governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre a nova tarifa nem sobre a investigação aberta pelos EUA.
9 de julho de 2025
Sua Excelência
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil
Brasília
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Prezado Sr. Presidente:
Conheci e tratei com o ex-Presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei muito, assim como a maioria dos outros líderes de países. A forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!
Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos (como demonstrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os Estados Unidos, separada de todas as tarifas setoriais existentes. Mercadorias transbordadas para tentar evitar essa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta.
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Além disso, tivemos anos para discutir nosso relacionamento comercial com o Brasil e concluímos que precisamos nos afastar da longa e muito injusta relação comercial gerada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil. Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco.
Por favor, entenda que os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país. E é necessário ter isso para corrigir as graves injustiças do sistema atual. Como o senhor sabe, não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas dentro do seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos e, de fato, faremos tudo o possível para aprovar rapidamente, de forma profissional e rotineira — em outras palavras, em questão de semanas.
Se por qualquer razão o senhor decidir aumentar suas tarifas, qualquer que seja o valor escolhido, ele será adicionado aos 50% que cobraremos. Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil, que causaram esses déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional!
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Além disso, devido aos ataques contínuos do Brasil às atividades comerciais digitais de empresas americanas, bem como outras práticas comerciais desleais, estou instruindo o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma investigação da Seção 301 sobre o Brasil.
Se o senhor desejar abrir seus mercados comerciais, até agora fechados, para os Estados Unidos e eliminar suas tarifas, políticas não tarifárias e barreiras comerciais, nós poderemos, talvez, considerar um ajuste nesta carta. Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo do relacionamento com seu país. O senhor nunca ficará decepcionado com os Estados Unidos da América.
Muito obrigado por sua atenção a este assunto!
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Com os melhores votos, sou,
Atenciosamente,
DONALD J. TRUMP
PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
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