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Wilson Witzel: 'voltarei a ser governador do Rio de Janeiro'

Com exclusividade à Gazeta, ex-governador do Rio diz que pretende ser o grande nome da direita nas eleições de 2026

Bruno Hoffmann

04/12/2025 às 18:18  atualizado em 04/12/2025 às 19:03

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O ex-governador Wilson Witzel deu entrevista exclusiva à Gazeta nesta quinta

O ex-governador Wilson Witzel deu entrevista exclusiva à Gazeta nesta quinta | Fernando Frazão/Agência Brasil

O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (sem partido), anunciou com exclusividade à Gazeta nesta quinta-feira (4/12) que será novamente candidato ao cargo máximo do estado: “Eu voltarei a ser governador do Rio”, disse, confiante.

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Após se eleger em 2018,  Witzel sofreu um processo de impeachment em 2021, por uma investigação relacionada à suspeita de superfaturamento e atraso na construção dos hospitais de campanha. Ele se disse injustiçado, e garantiu que se tornou alvo por desagradar grupos poderosos da política fluminense.

Uma das penas indicava que ficaria cinco anos inelegível. O período se encerrará a tempo de estar nas urnas no próximo ano. Ele garantiu que voltará com forte apelo popular, elencando a segurança e as finanças públicas como prioridades.

O político afirmou que espera ser o grande nome da direita, e espera ter uma série de partidos ao seu redor na empreitada. Ele também elogiou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem disse ser o mais preparado para buscar a Presidência da República em 2026.

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Voltou a criticar, por outro lado, o atual governador Cláudio Castro (PL), a quem classificou como “traidor” e ligado ao crime organizado.

Leia a entrevista completa com o ex-governador Wilson Witzel

O sr. é candidato ao Governo do Rio?

Sou, sim. Eu tenho recebido milhares de pedidos de pessoas nas minhas redes sociais pedindo que eu volte a ser governador. E eu voltarei a ser governador.

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Por que buscar um cargo no Executivo em vez de deputado ou senador?

Me sinto preparado para governar o Rio e enfrentar os desafios na segurança pública, pela minha experiência como juiz federal. Me sinto preparado para retomar programas importantes para trazer soluções econômicas do nosso estado. Tenho a convicção de que eu farei isso melhor como governador do que como parlamentar. Poderei oferecer soluções para o estado que, como parlamentar, não teria condições de fazer com que sejam implementadas.

O sr. foi injustiçado no processo de impeachment?

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Fui injustiçado e não tive direito a defesa. Fui acusado de fatos que nunca existiram e que ficaram apenas na narrativa.

Foi uma decisão política, então? O sr. desagradou alguém ou algum grupo?

Certamente desagradei, porque trouxe medidas de transparência para o estado, e havia quem não estava preparado. Por exemplo, o sistema eletrônico de informação, que acabou com o processamento físico de licitações. Agora está sendo auditado pelo Supremo Tribunal Federal para encontrar qual foi a manobra jurídica que foi feita para a exoneração do secretário e a retirada do deputado TH Jóias [preso por tráfico, corrupção e ligação com Comando Vermelho no Rio]. Isso está sendo auditado pelo sistema que implantei em 2019. Implantei também uma nova estrutura na Polícia Civil para combater a lavagem de dinheiro. Hoje estamos vendo que muitos deputados não tinham interesse numa investigação de lavagem de dinheiro pelo envolvimento com o crime organizado, com o tráfico de drogas, com as milícias. O deputado Bacellar [Rodrigo Bacellar, então presidente da Alerj, preso recentemente pela Polícia Federal por acusação de vazamento de informações sigilosas da PF] foi à Polícia Federal de uma forma tão acintosa, que estava com mais de R$ 90 mil na Polícia Federal, sem justificativa da origem. Esses deputados não queriam combate à lavagem de dinheiro.

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O sr. iria aprofundar essas mudanças antes de sofrer impeachment?

Com a minha experiência como juiz federal, iria implementar todos os modelos de investigação de combate à lavagem de dinheiro, e isso não era de interesse dos deputados. Eles, então, se uniram contra mim e coagiram muitos deputados a votar [pelo impeachment]. Muitos votaram sob coação, com medo de perder espaço e direitos que têm dentro da própria assembleia legislativa. Recebi relatos de que muitos foram coagidos.

Com essa marca de ter sofrido impeachment, como pretende convencer o eleitor fluminense a votar no sr. em 2026?

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Primeiro que o processo foi tão inexplicável que nenhum cidadão fluminense sabe exatamente qual foi o motivo do impeachment. O cidadão fluminense hoje não sabe por que o governador foi cassado. Foi corrupção? Não foi corrupção, mas não sabem por que foi. Um dos fatos do impeachment é uma decisão que dei em grau recursal como governador revendo decisões anteriores para que uma OS [Organização Social] fosse reclassificada e pudesse novamente disputar novos contratos. Esse foi um fato. Entenderam que porque eu contrariei o parecer do procurador, isso é crime de responsabilidade. Ou seja, uma decisão fundamentada que não foi discutida, e o fundamento da minha decisão simplesmente foi questionado porque eu dei uma decisão diferente do parecer do procurador. Se sou governador e tenho a capacidade de decidir, não estou vinculado a pareceres anteriores.

E o que mais?

A outra questão que tentaram colocar no meio do impeachment eram os hospitais de campanha, que prometi entregar sete, mas só consegui entregar dois no meio de uma pandemia. Pedi para que fosse feita uma perícia para verificar se houve superfaturamento, o que não houve. Foi indeferida a perícia, e aí eu digo que não tive o meu direito de defesa. Mesmo assim, consideraram um ato imoral eu ter prometido sete hospitais de campanha e só ter entregado dois. Esses são os fatos do impeachment. Se o julgamento fosse sério, eu nunca teria sofrido impeachment.

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O sr. hoje está sem partido. Por qual sigla pretende concorrer em 2026?

Estou conversando com alguns partidos, que pediram reserva, exatamente para não sofrer nenhuma retaliação por parte de quem não quer minha candidatura.

E o senhor já tem nomes de vice, já tem a chapa formada?

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Não, tudo isso está sendo conversado, até porque agora com esse vácuo após a prisão do Bacellar, com situações que podem implicar o atual governador [Cláudio Castro], tudo tem que ser conversado para montar essa chapa. Mas acredito que serei o nome da direita para as próximas eleições, e montaremos uma pauta com um conjunto de partidos, com foco na segurança pública e na parte econômica. Evidentemente vamos discutir a participação de cada um desses partidos na nossa eleição e no nosso governo.

O senhor pretende atrair o bolsonarismo para essa chapa?

Certamente, serão bem-vindos. Eu fui eleito em 2018 com uma pauta de direita, liberal, tanto que fizemos a desestatização da Cedae [Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro]. Hoje, a Baía da Guanabara está praticamente despoluída. A população do Flamengo e de Botafogo havia 40 anos que não podiam entrar no mar. Nosso projeto é de direita e liberal. Tenho gratidão pelo Flávio Bolsonaro, entendo que hoje ele deve ser o candidato à presidência da República, é o mais capacitado, é o mais preparado entre todos para poder fazer articulação política. Quero estar com ele novamente, para zerar, apagar as arestas e seguir naquilo que for melhor para o estado do Rio de Janeiro.

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Pretende, também, buscar eleitores do centro?

Claro. Buscarei o centro e até os eleitores da esquerda, porque no meu governo tivemos sempre diálogo com todas as pautas progressistas. Evidente que temos uma visão mais conservadora em relação à educação, entendemos que a educação tem que ser uma educação voltada para a formação sem interferências em orientação sexual, para aquela "agenda woke", isso nós não vamos compactuar. Mas o diálogo, o respeito, sempre vai existir, como eu já manifestei no meu governo anterior.

Qual a sua avaliação do governador Cláudio Castro?

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Eu já o defini como um traidor. Eu entendo que ele me traiu, eu entendo que ele traiu o povo do estado do Rio de Janeiro pela pela ganância do poder, e agora o que estamos assistindo é que há sim indícios de relacionamento dele e do presidente da Assembleia Legislativa com o crime organizado e com as facções do Comando Vermelho [nota da edição: a Gazeta entrou em contato com o Governo do Rio, e atualizará este texto caso o governador queira se defender dos termos usados por Witzel].

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