A+

A-

Alternar Contraste

Sexta, 11 Julho 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

O abraço faz falta na quarentena

A comunicação virtual, que aumentou muito com a pandemia, não é capaz de substituir o abraço, um toque fundamental nos relacionamentos humanos

17/06/2020 às 10:11  atualizado em 05/05/2021 às 16:38

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
A falta desse contato físico já repercute na parte emocional de muita gente

A falta desse contato físico já repercute na parte emocional de muita gente | Priscilla Du Preez/Unsplash

Nossa rotina mudou muito desde que o coronavírus se tornou o inimigo invisível dos nossos tempos. Para evitar o contágio, usamos máscaras, saímos de casa somente o necessário e não temos contato físico com as pessoas – no máximo, nos cumprimentamos com o toque de cotovelos. E o abraço, onde entra nessa história?

Continua depois da publicidade

A OMS recomenda ficar longe das pessoas, e isso inclui não abraçar, por mais que isso seja doído para quem está acostumado. Embora as máscaras de pano limitem o contágio pela Covid-19, o contato mais próximo ainda traz um certo risco. E a falta desse contato físico já repercute na parte emocional de muita gente.

“O abraço libera diversos hormônios, e um deles, a ocitocina, é relacionado ao bem-estar. Quando o abraço é sincero, é bom, e libera esse hormônio. Esse não poder dar abraços nos faz pensar quantos abraços a gente dava antes da pandemia. Quando voltarmos a dar os abraços novamente, talvez passemos a abraçar um pouco mais”, explica o psicanalista, neurocientista e neuropsicanalista Fabiano de Abreu Rodrigues.

Continua depois da publicidade

Não é somente o abraço que dispara a produção desse hormônio – ele está ligado à sensação de prazer depois de alguma conquista, e poder ser qualquer uma. Afinal, aquela sensação de plenitude depois de comer algo gostoso, ler um bom livro, conversar com um amigo, viajar, quem nunca? É ele que libera esse sentimento, e essa privação atual de fazer quase tudo isso, inclusive o contato físico, pode trazer um certo grau de tristeza. Junte-se a isso o excesso de informações ainda ruins sobre a pandemia, ou notícias falsas que nos fazem duvidar da realidade, e essa sensação ruim parece perdurar.

“Isso tudo gera um tipo de medo, medo da incerteza. E o medo ativa a ansiedade, que está relacionada ao futuro, que resulta na falta desse bem-estar, na falta da liberação desses hormônios, e você começa a viver uma fase de tristeza”, conta Rodrigues. Em algumas pessoas que possuem doenças crônicas, esse sentimento pode ainda ficar mais latente, e um acontecimento como esse que estamos vivendo ficará certamente marcado em nossas vidas. “Memorizamos nossa vida pelas emoções. Quanto maior a emoção, maior é a probabilidade de esse acontecimento ficar marcado na nossa memória de longo prazo”.

Mas nem tudo está perdido. Enquanto o isolamento ainda perdurar, mesmo que mais relaxado, e o abraço ainda não ser recomendado, há algumas soluções para enfrentar esse período. O psicanalista cita três atitudes simples. “Uma é não ver as redes sociais antes de dormir, para não causar ansiedade nem ver notícias que não te agradam. Outra é se manter informado sim, mas sem exageros. E por fim, fazer cursos gratuitos online. Inclusive você pode fazer uma aula por noite, antes de dormir. Podemos aproveitar esse período para absorver conhecimento”. Rodrigues arrisca um palpite para como poderá ser o tal “novo normal” pós-pandemia. Ele vê que as pessoas vão se voltar menos para o consumo exagerado, como era antes, e mais para o contato com as coisas mais simples, com a natureza e as pessoas – e isso inclui abraçar mais.

Continua depois da publicidade

“Devemos nos lembrar que a vida não é só bens materiais: é ter amigos, o contato com a família, se dedicar aos filhos, ver a simplicidade. Todos os males que enfrentamos, somos nós que causamos”, completa.

Novas habilidades da quarentena

As pessoas têm passado mais tempo em casa, e isso implica em novas necessidades ou hobbies, como fazer pão, sabonetes e artesanato em geral. Uma atividade que chama a atenção é o interesse pelas hortas domésticas. Tanto é assim que a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolveu um curso gratuito online para quem quer ter seu cantinho verde em casa, e nem precisa de um grande espaço para isso. O curso se chama Hortas em Pequenos Espaços, e mostra que é possível plantar hortaliças em qualquer cantinho, até em corredores e janelas. Além de passar - e bem - o tempo, você ainda ganha verduras e legumes livres de agrotóxicos!

Continua depois da publicidade

Mais amor, menos contato, por enquanto

Ainda não é hora de sair de casa e abraçar todo mundo: o coronavírus continua circulando, e todo o cuidado é pouco para evitar o contágio. Por isso vale lembrar as máximas para quando precisar sair de casa:

• Usar máscaras sempre, o tempo todo;

Continua depois da publicidade

• Respeitar a distância de 1,5 m entre as pessoas;

• Usar álcool em gel nas mãos sempre que entrar nas lojas;

• Desinfetar itens comprados em mercados ou lojas ao entrar em casa;

Continua depois da publicidade

• Cumprimentar as pessoas com o toque de cotovelo – ou acenar à distância.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados