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A definição de aprovação para uso em adultos segue o padrão de outras vacinas | Freepik
Para combater um inimigo perigoso, a defesa deve estar de prontidão. No caso, o inimigo é o incansável coronavírus. Para combatê-lo, um sistema imunológico eficaz, que identifique o invasor e neutralize seus efeitos. O problema: como fortalecer essa retaguarda? Além das recomendações sanitárias, é o uso de uma vacina eficaz, que faz o corpo produzir anticorpos capazes de bloquear a ação do coronavírus – quatro delas estão na última fase de testes no Brasil.
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“Os testes das vacinas estão indo bem, sem grandes eventos graves, o que demostra segurança”, afirma Mayra Moura, diretora Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). As que estão em teste atualmente no Brasil são a da chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan; a da Universidade de Oxford com a AstraZeneca, em conjunto com a Universidade Federal de São Paulo e que será produzida pela Fiocruz; a da Pfizer-Biontech; e a da Janssen-Cilag, que faz parte do grupo Johnson & Johnson. Elas ainda aguardam autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para serem liberadas à população e, embora tenham se mostrado eficazes nos testes até agora, elas têm alguns pontos a serem observados.
“As da Oxford e da Janssen usam uma tecnologia nova, é mantida em temperaturas entre 2°C e 8°C, o que facilita o transporte, e vem demonstrando ser segura e eficaz. A da Sinovac é uma tecnologia já utilizada há muitos anos, que é a vacina inativada, também com armazenamento entre 2°C e 8°C. A da Pfizer tem tecnologia bem inovadora, que traz como vantagem a capacidade de delegar para o organismo a produção do antígeno da vacina, acelerando o processo de fabricação, mas tem como desvantagem o fato de elas precisarem estar em temperaturas congelantes”, explica Moura.
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Mas os testes atuais das vacinas, por mais precisos que sejam, não conseguem avaliar alguns detalhes, que serão vistos somente no dia a dia.
Um deles é a eficiência: saber por quanto tempo a proteção criada pela vacina dura no corpo. Outra é saber como diferentes faixas etárias respondem aos efeitos do imunizante. “É normal que haja diferença de resposta no idoso e no adulto saudável. No idoso, em especial, existe o efeito do envelhecimento do sistema imunológico, que fica mais enfraquecido. Nele, a tendência é que a resposta não seja tão boa, mas não quer dizer que a vacina não seja eficaz”, explica Moura.
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Outro detalhe importante é imaginar o caso de duas ou mais vacinas serem aprovadas para uso no Brasil. O tipo de tecnologia empregada no desenvolvimento das vacinas do coronavírus são bem diferentes entre si, e podem provocar reações diversas também. “Se a pessoa tomar a primeira dose de uma vacina e a segunda dose de outra, muito provavelmente não vai ter proteção de nenhuma”.
E, mesmo tomando a vacina, as medidas de proteção ainda continuam valendo até que a grande maioria das pessoas esteja com as defesas em dia. “Nenhuma vacina é 100% eficaz: mesmo que uma tenha 90% de eficácia, significa que 10% da população vacinada não está protegida. Então uma pessoa pode estar vacinada e não estar protegida. Assim, quando a grande maioria das pessoas tomar a vacina, vai resguardar quem não conseguiu se proteger. O vírus não chega em ninguém, e ele para de circular”. Mas, enquanto ela não chega, a melhor proteção ainda é o uso de máscaras, distanciamento social e higienizar as mãos.
Pode voltar à normalidade?
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Não é bem assim. Mesmo com a aplicação em massa da vacina, ainda é cedo para voltar para as aglomerações. Primeiro é necessário vacinar uma grande parcela da população, não somente no Brasil, mas em todo o mundo, para cortar a circulação do coronavírus. Outro detalhe é saber quanto tempo dura a proteção da vacina, se uma dose é suficiente, ou se precisa repetir a cada ano, como é a da gripe. Para se descobrir isso, são anos de estudo, para enfim ter alguma resposta.
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