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Além de apoiar financeiramente as aéreas, o texto permite que pilotos de avião e trabalhadores do setor saquem recursos do FGTS | Antônio Gaudério/Folhapress
Mesmo na baixa temporada, o turismo sabe se reinventar: passagens e pacotes de viagem mais baratos atraem turistas fora das épocas mais movimentadas. Mas nada se compara ao coronavírus, cujos efeitos são muito mais devastadores - e já é possível quantificar o estrago. Uma estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada em 8 de abril, indica um prejuízo de quase R$ 12 bilhões na segunda quinzena de março, comparada com o mesmo período do ano anterior. O setor era um dos que mais crescia até então: em fevereiro, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, o turismo cresceu 6,7% em relação ao ano anterior.
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Esse tombo, infelizmente, era esperado: afinal, como viajar com voos cancelados, barreiras sanitárias na entrada das cidades, hotéis fechados e fechamento do comércio? "Essa perda histórica acontece devido à elevada correlação positiva entre o fluxo de passageiros e a geração de receitas no turismo. As atividades econômicas que compõem os setores representados pela CNC dependem da circulação de mercadorias e consumidores e, por isso, são os que apresentam maior potencial de impacto negativo", afirma o presidente da entidade, José Roberto Tadros.
Mas os aeroportos têm funcionado com um número mínimo de voos, até para manter uma certa ligação entre os países, tanto com aviões de passageiros quanto de carga. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) determinou, em 28 de março, uma quantidade mínima de voos entre as capitais e o Distrito Federal. O número caiu drasticamente: um levantamento do site Flightradar mostra uma queda de 95% no número de voos no Brasil. Nos dez maiores aeroportos brasileiros, em 4 de março, foram registrados 1.547 voos. Um mês depois, apenas 76. Para se ter uma ideia, o de Guarulhos, o maior do país, teve 367 voos em 5 de março. Em 5 de abril, apenas 32.
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E há outro problema com a diminuição nos voos: onde guardar os aviões que não estão em uso? Chama a atenção a fila de aeronaves paradas fora dos hangares, aguardando pelo fim da pandemia para voltar a voar. A Anac negociou áreas dentro dos aeroportos para os aviões ficarem estacionados a céu aberto enquanto o coronavírus não vai embora.
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