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Apesar do avanço dos elétricos, estudo revela que parte dos proprietários pensa em retornar aos veículos a gasolina, citando alto custo e dificuldade de recarga. | Ilustração/Gazeta SP
Um estudo da S&P Global Mobility revelou que até metade dos proprietários de carros elétricos cogita voltar a dirigir veículos movidos a gasolina ou diesel. O resultado mostra que a transição para energia limpa ainda enfrenta resistência entre consumidores.
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Segundo a pesquisa, o cenário é mais favorável entre usuários da Tesla, que mostram maior satisfação com seus veículos. Já entre outras marcas, os números apontam queda na fidelidade e dúvidas sobre o futuro da eletrificação.
Os dados indicam que, sem os clientes da Tesla, a taxa de recompra de elétricos cai para 52,1%. Quando somados, os motoristas da marca americana elevam o índice total para 72,6% — um salto de 25% em apenas três anos, o que reflete a força da empresa no setor.
Entre as principais razões citadas para o desinteresse nos veículos elétricos estão o preço, a infraestrutura de carregamento e a autonomia. Esses fatores continuam sendo os maiores desafios para quem pensa em trocar de carro.
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Muitos consumidores relatam que ainda é difícil encontrar pontos de recarga em viagens longas. Outros reclamam do tempo de carregamento e da variação de desempenho das baterias em condições climáticas diferentes, fatores que influenciam a decisão de compra.
Mesmo com incentivos governamentais e avanços tecnológicos, o estudo mostra que as dúvidas sobre manutenção e custo total de propriedade ainda são barreiras significativas para boa parte dos motoristas.
Quando isolados, os proprietários de Tesla se mostram os mais fiéis aos veículos elétricos. De acordo com o levantamento, 72,6% afirmaram que comprariam outro carro elétrico — e a maioria deles optaria novamente pela marca.
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Entre as demais montadoras, o cenário é mais equilibrado. Famílias que possuem um Nissan elétrico demonstraram 63,2% de chance de comprar outro modelo a bateria, com 14,3% declarando interesse em um Tesla Model Y da próxima vez.
O dado evidencia que a Tesla segue sendo referência quando o assunto é experiência do usuário, autonomia e rede de recarga, fatores que fortalecem a confiança do comprador em relação aos elétricos.
O levantamento também destacou a performance das marcas de luxo no mercado de eletrificação. A Mercedes-Benz e a Jaguar registraram crescimento superior a 30% na preferência por veículos elétricos, chegando a 56,6% de aprovação.
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Por outro lado, a Porsche apresentou o menor avanço entre as marcas premium, com menos de 37% dos motoristas considerando comprar outro carro elétrico. Já a BMW teve leve queda, passando de 46,6% para 45,9% nos últimos três anos.
Esses resultados mostram que nem mesmo entre os carros de luxo a transição para o elétrico é unânime. A percepção de valor, desempenho e conveniência ainda pesa na decisão dos motoristas mais exigentes.
Para Tom Libby, diretor associado de soluções de fidelidade do setor automotivo da S&P Global Mobility, o desafio das montadoras é reter o consumidor. “As empresas automobilísticas estão gastando enormes quantias de dinheiro para desenvolver veículos elétricos. Então a última coisa que elas querem é que o proprietário volte a usar um carro a gasolina ou diesel”, afirmou.
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A declaração reflete a preocupação da indústria com o ritmo da transição energética. Mesmo com investimentos bilionários, a consolidação dos elétricos depende de confiança, infraestrutura e incentivos bem direcionados.
O relatório da S&P Global Mobility traz dados que resumem a atual percepção dos motoristas sobre carros elétricos e combustão:
Esses números reforçam que a eletrificação avança, mas ainda enfrenta desafios práticos, especialmente fora dos grandes centros urbanos, onde o acesso à recarga é limitado.
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Apesar das incertezas, o estudo sinaliza uma tendência otimista. A adesão à tecnologia de emissão zero cresce lentamente, mas de forma consistente, com marcas ampliando oferta e autonomia dos modelos.
Nos próximos anos, a expansão das redes de carregamento e a redução dos custos de baterias devem mudar o jogo. Com mais opções acessíveis e infraestrutura adequada, o carro elétrico tem potencial para se tornar protagonista nas garagens brasileiras e globais.
Por enquanto, o cenário reflete uma transição em andamento: o entusiasmo convive com o ceticismo. Enquanto alguns motoristas buscam inovação, outros ainda veem na gasolina a segurança de um combustível que conhecem bem.
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Mais do que números, o estudo mostra que o sucesso da mobilidade elétrica depende de confiança — e de uma rede de energia capaz de acompanhar o ritmo dessa revolução sobre rodas.
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