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Automotor

Básico com referências

RICARDO

Publicado em 23/03/2019 às 01:00

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/Fotos: Luiza Kreitlon/Agência AutoMotrix

uando decidiu lançar o Etios no Brasil, em 2012, a Toyota resolveu manter o design desenvolvido originalmente para o mercado indiano. Não foi uma boa ideia. No mercado nacional, no qual a linha de compactos da Toyota era aguardada com grande expectativa, o padrão estético exótico do país asiático causou estranhamento. As versões hatch e sedã jamais foram sucesso de vendas por aqui e nem chegaram perto da liderança. A própria Toyota reconheceu essa rejeição e promoveu mudanças pontuais no estilo. Em junho do ano passado, com o lançamento da segunda linha de compactos da Toyota - o Yaris, também com versões hatch e sedã -, o Etios foi reposicionado e passou a brigar com modelos de entrada. Na nova função, as antigas versões de topo do carro fabricado em Sorocaba (SP) foram abolidas. Na variante com carroceria sedã, justamente a que sempre teve o design mais criticado, sobrou para a versão X Plus automática, novidade da linha 2019, a função de topo de linha, mesmo sem maiores modernidades.

Em um automóvel, um design antiquado gera um curioso "efeito colateral". Um Etios sedã zero-quilômetro, recém-saído da concessionária, corre o risco de ser confundido com um carro do final do século 20. O estilo é austero e desprovido de charme - pertence ao passado, mas sem chegar a ter o "status" de ser "retrô". Ser tão discreto a ponto de ser confundido com um modelo de décadas atrás pode até ser um atrativo para quem não quer chamar a atenção - todavia, infelizmente para o Etios, consumidores automotivos tão "low-profile" são minoria. Como diferenciais em relação ao resto da linha, a versão X Plus traz grade frontal com acabamento preto, maçanetas externas na cor do carro, máscara negra nos faróis e lanternas e para-choques dianteiro e traseiro na cor da carroceria. Se a estética não emociona, o principal trunfo da Toyota para emplacar as vendas do sedã compacto está no prestígio que a fabricante japonesa conquistou nas últimas três décadas. Uma percepção de confiabilidade que faz com que modelos da marca, como o sedã médio Corolla, sejam raridade nas lojas de carros usados - normalmente, os donos recebem propostas antes de chegarem às revendas.

O motor do Etios sedã permanece o mesmo 1.5 flex da época do lançamento. Entrega 102 cavalos rodando com gasolina e 107 cavalos quando tem apenas etanol no tanque. O torque máximo é de 14,3 kgfm com gasolina e 14,7 kgfm com etanol. Em termos de consumo, nos testes do Inmetro, o sedã teve média na cidade de 8,4 km/l com etanol e 12,2 km/l com gasolina. Já na estrada, os números foram de 10,4 km/l com etanol e 14,9 km/l com gasolina. Esse desempenho conferiu duas notas "B", tanto na comparação absoluta geral quanto na categoria de compactos.

A transmissão automática é um atributo importante da versão, contudo aparece em uma configuração um tanto anacrônica, com apenas quatro marchas. Em termos de modernidades, a linha 2019 do Etios sedã investiu em segurança e adota controles de tração e estabilidade como itens de série. De resto, o modelo traz rodas de liga leve de 15 polegadas, sistema de áudio com CD-player, função MP3, entrada USB e Bluetooth, volante multifuncional, retrovisores externos elétricos com pisca integrado, ar-condicionado, chave com comando de abertura e fechamento das portas, vidros elétricos e travas elétricas. E só! Equipamentos contemporâneos corriqueiros no segmento, como central multimídia, câmera de ré e sensores de obstáculos traseiros, não aparecem no compacto da Toyota nem como opcionais.

O preço do Etios sedã X Plus automático - R$ 63.990 - está longe de ser barato e se aproxima de concorrentes visualmente mais modernos e bem equipados.

O que prova de que há consumidores que preferem abrir mão de alguns confortos pela tranquilidade ou pelo "status" de ter um Toyota.

Em 2018, foram emplacados 21.208 Etios sedã - uma média de 1.767 unidades mensais, bem próxima dos concorrentes Chevrolet Cobalt e Renault Logan e bastante distante das 77.624 unidades anuais (6.468/mês) do Chevrolet Prisma, que lidera o segmento e é seguido de longe por modelos como o Volkswagen Virtus, o Ford Ka sedã, o Hyundai HB20S, o Fiat Cronos e o Nissan Versa.

Este ano, já com a "concorrência interna" do Yaris sedã plenamente estabelecida, as vendas do Etios sedã não andam muito embaladas - foram 1.129 unidades em janeiro e 647 em
fevereiro. (Luiz Humberto Monteiro Pereira/Agência AutoMotrix)

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