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Cotidiano

Tragédia no Ninho do Urubu completa 1 ano

Dirigentes e ex-diretores do Flamengo foram convocados para CPI que apura incêndio; dez jogadores morreram

08/02/2020 às 01:00  atualizado em 08/02/2020 às 10:45

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Incêndio atingiu o CT Ninho do Urubu, alojamento do Flamengo, localizado em Vargem Pequeno, no dia 8 de fevereiro de 2019

Incêndio atingiu o CT Ninho do Urubu, alojamento do Flamengo, localizado em Vargem Pequeno, no dia 8 de fevereiro de 2019 | /THIAGO RIBEIRO/AGIF/FOLHAPRESS

A tragédia no Ninho do Urubu completou um ano. Na sexta-feira (7), dirigentes e ex- diretores do Flamengo foram convocados, mas não compareceram na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura o incêndio no CT Ninho do Urubu, que matou 10 jogadores das categorias de base e feriu outros três em 8 de fevereiro de 2019. Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, foi o único representante do clube que compareceu.

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"Eu gostaria de expressar meu profundo sentimento de solidariedade, porque sinceramente não consigo nem imaginar a dor de perder o filho, ainda mais naquelas circunstâncias", afirmou o ex-presidente do Flamengo.

O Flamengo informa ter enviado o diretor jurídico Antonio Cesar Dias Panza e o advogado William de Oliveira como representantes do clube. Entre os intimados estavam o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello e o atual mandatário Rodolfo Landim.

O presidente da CPI dos Incêndios então ordenou a condução coercitiva dos dirigentes. O pedido ainda tem de ser protocolado para começar a valer. Landim, Bandeira de Melo e demais membros da diretoria envolvidos no inquérito deverão prestar depoimento na próxima sexta-feira (14). Se não comparecerem, oficiais de Justiça irão buscá-los em casa.

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Além dos dirigentes, familiares de três das vítimas também foram convocados para a CPI. O pai de Pablo Henrique, Wedson Candido de Matos, compareceu como representante das vítimas. A família de Wedson e de outros seis jogadores ainda não fizeram acordo com o Flamengo.

Durante a audiência, Wedson se emocionou. "Sabe como que eu recebi meu filho? Sem saber se a cinza era dele", disse. O jogador tinha 14 anos.

Matos defendeu que não houve apoio do clube às famílias das vítimas. "Eu perdi meu filho dia 8 de fevereiro, recebi meu filho dia 9. Que tipo de apoio é esse? Quando era para pedir documento, passaporte para ele viajar, vocês ligavam. Agora quando meu filho morre, vocês não tiveram consideração para dizer que o meu filho tinha morrido? Vocês têm que parar de mentira e esconder as coisas. Sabe o que eu ganhei do meu filho? Só dor. O Flamengo ganhou títulos e eu ganhei dor", disse.

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Até agora, o clube rubro-negro indenizou três famílias. O clube ainda negocia com os familiares de Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Jorge Eduardo, Samuel Rosa e Pablo Herique. Com a proximidade da conclusão do inquérito policial que apura a responsabilidade pelo incêndio, a tendência é de que mais famílias acionem judicialmente o clube.

INQUÉRITO

A Polícia Civil do Rio remeteu ao Ministério Público do Estado a conclusão do inquérito aberto em fevereiro do ano passado para investigar as causas e os culpados pelo incêndio no Ninho do Urubu, e manteve os oito indiciamentos apontados ainda em junho. O inquérito, conduzido pela 42ª DP do Rio, havia sido entregue ainda em junho, mas foi devolvido pelo MP, que requisitou novas diligências. A delegacia responsável pelo caso remeteu novamente suas conclusões ao órgão em agosto, quando advogados de alguns dos indiciados pediram novas audiências. Em dezembro, mais uma vez o relatório acabou voltando à Polícia Civil.

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Agora, a investigação por parte da polícia está concluída. "A unidade (42ª DP) estava realizando apenas diligências solicitadas pelo MP, que foram concluídas e encaminhadas ao órgão", informou a Polícia Civil na sexta-feira.

O inquérito remetido ao MP ano passado apontava oito culpados, e entre os indiciados está Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo. O ex-cartola, três funcionários do clube, três engenheiros da empresa que forneceu os contêineres que incendiaram e um técnico em refrigeração foram apontados pela polícia como responsáveis por dez homicídios com dolo eventual (quando se assume o risco de matar) e 14 tentativas de homicídio (considerando o número de atletas que estavam no Ninho do Urubu e sobreviveram). Quando foi indiciado, Bandeira de Mello se disse "surpreendido", mas afirmou que estava com a "consciência absolutamente tranquila" e que confiava na Justiça.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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