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55% dos alunos de faculdades particulares prefere o retorno parcial das aulas presenciais | Álavro Henrique/Secretária de educação do DF
Pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), entidade que representa instituições privadas de educação superior, mostra que 55% dos alunos de faculdades particulares prefere o retorno parcial das aulas presenciais, apontando que o ensino híbrido deve se tornar uma tendência nos próximos anos.
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Aluna do curso de psicologia em uma universidade da zona sul de São Paulo, a estudante Isabel Cristina, de 20 anos, é uma desses estudantes. “No início, minha experiência com o ensino remoto foi um pouco desconfortável. Porém, com o tempo, me adaptei melhor e hoje enxergo vários pontos positivos, como a melhor gestão do tempo e a questão dos gastos. Sinto falta do contato presencial, mas acredito que o futuro deve conciliar os dois modelos”, diz a estudante.
Tatiana Gimenez, de 21 anos, moradora de Taboão da Serra e estudante de enfermagem também defende a adoção do ensino híbrido. “Por mais que seja algo muito diferente do que estávamos acostumados, o ensino remoto está fluindo de uma maneira muito melhor do que no início (...). Acredito na extrema importância, principalmente para nós que estudamos um curso da área de saúde, das aulas práticas, que são feitas em laboratório, mas creio que deveria existir na universidade um sistema híbrido. Imagino que após o término da pandemia, a porcentagem de alunos que optarão pelos cursos em EAD será bem grande, seja por medo de retornar em ambientes superlotados, valores, e também pela facilidade que o ensino à distância nos trouxe, como acessar a aula de diversos locais, facilidade na comunicação com os professores, entre outros.”
A opinião das estudantes vai de encontro ao apurado pela Abmes, entre os jovens que optam pelo ensino híbrido, 52% afirmam que a prioridade nas atividades em sala deve ser as aulas práticas. Levando em consideração quem se vacinou contra a Covid-19, pelo menos com a primeira dose, 43% considera que todas as aulas podem ser escalonadas e 47% consideram que apenas as práticas devem fazer parte do cronograma. No grupo que ainda não foi imunizado, esses percentuais são de 34% e 56%, respectivamente.
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“A maioria dos estudantes entrevistados deseja manter os benefícios das aulas remotas na volta gradual às atividades presenciais. Estamos assistindo o nascimento de um modelo mais flexível de educação, mediada por tecnologia”, avalia o diretor presidente da ABMES, Celso Niskier.
Para um ensino eficiente
Para que o ensino híbrido seja de fato eficiente para alunos e professores, contudo, não basta apenas dividir o curso entre aulas presenciais e on-line. É preciso investimento de ambas as partes, além das instituições de ensino, em comunicação e materiais adequados, para que tudo dê certo.
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“Respeitando-se rigorosamente as orientações dadas pelos gestores e professores dos cursos oferecidos neste modelo, percebe-se que o aproveitamento e rendimento do aluno podem ser até maiores que nos casos dos cursos 100% presenciais, pois evitam-se alguns problemas, dentre os quais os naturais, decorrentes do deslocamento do aluno até a universidade, como os efeitos climáticos, os do transporte coletivo, etc. Entretanto, deve-se respeitar a natureza do curso. Existem atividades cuja participação do aluno, junto ao professor, deve ser realmente presencial (...). Cursos de perfil tecnológico, e vários outros dentro das Ciências Naturais, necessitam de aulas práticas, em laboratórios específicos. Entretanto, mesmo nestes cursos, diversos componentes curriculares podem ser oferecidos remotamente, com total eficácia”, explica Ítalo Francisco Curcio, pesquisador no curso de Pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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2021 é o ano do ensino híbrido, mas ele ainda divide opiniões
Curcio, que também é doutor e pós-doutor em Educação, acrescenta ainda que as melhores universidades brasileiras e do mundo já possuem modelos bem construídos de ensino híbrido, que devem ser aprimorados para um futuro próximo. “Eu diria que já a partir de 2022, muitas Instituições de ensino farão uso do modelo híbrido, com muita competência e eficiência. Para as outras, eu apelo aos gestores das universidades para que promovam eventos específicos, como aulas especiais ou conferências, pelas quais se mostre aos alunos como é possível obter seu melhor aproveitamento do curso, mediante a prática deste modelo híbrido”, diz ele.
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Para não ter dor de cabeça
Ainda que o ensino híbrido tenha parte de suas aulas no formato presencial, muitas pessoas ficam na dúvida se este tipo de ensino é a modalidade mais indicada para suas necessidades, visto que a parte remota requer uma dose extra de autodisciplina e eficácia. Entretanto, para muitos especialistas, o ensino híbrido pode ser uma oportunidade para os estudantes aprimorarem as competências exigidas no modo remoto e presencial.
Outro aspecto importante é a escolha da instituição de ensino. Neste caso, a dica, é verificar os indicadores de qualidade da Instituição, como IGC, Enade e índice de empregabilidade.
Além disso, procure conhecer o histórico da faculdade ou universidade desejada, pesquisando tanto sobre o histórico em cursos presenciais como nos cursos a distância. Em outras palavras, fique de olho nos indicadores acadêmicos e histórico da instituição de ensino.
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