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Holiday e Juliana discutem e pedem punições mútuas na Câmara de SP

Holiday teria dito que sindicalistas eram 'vagabundos', e teve a fala interrompida por vereadora do PT, que chegou a arrancar seu microfone; veja vídeo

Bruno Hoffmann

Publicado em 11/08/2022 às 13:32

Atualizado em 12/08/2022 às 00:03

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Fernando Holiday e Juliana Cardoso discutem na Câmara de SP / Reprodução/Redes sociais

O vereador Fernando Holiday (Novo) disse que foi "vítima de censura" na Câmara Municipal de São Paulo por parte da vereadora Juliana Cardoso (PT) nesta quarta-feira (10), e garantiu que vai representar a colega na Corregedoria da Casa. A petista, por sua vez, afirmou que o parlamentar do Novo agrediu moralmente os servidores públicos e também vai procurar a Corregedoria por quebra de decoro parlamentar.

Durante discussão do projeto de lei para reestruturar as carreiras dos funcionários públicos municipais, Holiday sugeriu durante seu discurso que os sindicalistas que estavam protestando contra a proposta enviada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) eram "vagabundos". Nessa hora Juliana subiu ao Plenário, discutiu asperamente com o vereador do Novo e tentou arrancar seu microfone.

"Foi um ato de completa censura por parte da vereadora do PT, apoiada por outros vereadores do PSOL. É um grande ato de vergonha para a Câmara Municipal, e por isso vou cobrar providências da Mesa Diretora e vou representar a vereadora na Corregedoria. Até para a imagem da Câmara seja preservada como uma instituição democrática", disse Holiday à reportagem da Gazeta.

"O que a vereadora Juliana fez comigo é a representação daquilo que o PT quer fazer com o Brasil como um projeto de poder absolutamente autoritário, e desmascara toda a tentativa do partido de se colocar como os defensores da democracia nestas eleições de 2022", completou o liberal.

Em nota, Juliana diz que o colega "xingou repetidamente aos gritos as funcionárias (os) públicas de vagabundas. E ao se dirigir a vereadora Juliana Cardoso a chamou de insignificante, emendando que a vereadora e os vereadores do PT são bandidos e quadrilheiros".

"A sua fala foi uma sucessão de calúnias, difamações e ofensas contra os servidores que estavam presentes à sessão plenária, reivindicando os seus direitos para manutenção dos salários. Como previsto no regimento e pela democracia que deve imperar na casa do povo, os servidores têm o direito de acompanhar as sessões sem serem ofendidos", completa o texto.

Em um vídeo compartilhado por Holiday, com parte da discussão, aparece ainda a vereadora Luana Alves (PSOL), que também subiu ao Plenário para discutir com Holiday, mas de forma mais contida do que Juliana.

À Gazeta, a vereadora do PSOL disse que Holiday está "desesperado por palco" e que ele agrediu moralmente os servidores municipais.

"O que a gente viu na Câmara foi mais uma vez o vereador Fernando Holiday desesperado por palco e ofendendo servidores públicos. Não é a primeira e nem a segunda vez que ele faz isso. Ele tenta ganhar na polêmica, mas é uma polêmica ofensiva, é uma polêmica que de fato agride os servidores públicos que estão todos os dias construindo a educação, a saúde, o transporte, a assistência social de São Paulo", explicou Luana.

Para ela, o colega do Novo foi "irresponsável e leviano" e merece ser punido pela Câmara.

"Ele tenta chamar a visibilidade para si, sem entender que essa visibilidade é uma agressão. As pessoas se sentem desrespeitadas, é uma forma de agressão moral muito grave. É lamentável, e ele tem que receber, sim, as punições por isso", afirmou.

Em nota, a Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Paulo informou que "vai se posicionar na próxima semana, após avaliar o fato ocorrido, e tomará medidas legais e cabíveis".

Não foi a primeira vez

Em fevereiro de 2017, Juliana Cardoso alegou que funcionários de Holiday (entre eles o futuro deputado estadual Arthur do Val) teriam invadido uma reunião do PT na Câmara de São Paulo, e houve um bate-boca acalorado entre ambos.

A vereadora teve de ser separada por colegas. Ela chamou Holiday de “moleque”.

A assessoria de imprensa da Câmara confirmou, à época, em nota, que "duas pessoas adentraram uma reunião privada do PT sem a devida autorização".

O projeto

Aprovado em primeira votação na semana passada, o projeto de lei 428/22 deve retornar à pauta do Plenário e ser votado em definitivo na na próxima terça-feira (16).

De acordo com a gestão Ricardo Nunes (MDB), que enviou a proposta à Câmara, o Projeto de Lei busca "a valorização dos servidores municipais".

Entre as mudanças propostas estão majoração e a regulamentação de gratificações, além do aumento nos valores do vale-alimentação e do vale-refeição. O projeto possibilita ainda que o servidor possa solicitar a antecipação do pagamento do 13º salário em qualquer momento, e não mais no mês de aniversário do profissional ou no mês junho, seguindo a determinação da legislação vigente.

Vereadores de oposição e entidades que representam os servidores municipais, porém, dizem que a proposta se trata de uma "valorização de mentira", e pedem alterações no texto.

"Além de um reajuste salarial ridículo para a maioria dos servidores, a proposta ainda trata de forma desigual, com muita injustiça, carreiras que estão no mesmo quadro profissional", disse o vereador Celso Giannazi (PSOL).

Ele também garantiu que uma suposta disparada da inflação "terá um efeito terrível no poder de compra desses servidores".

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