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Para cientista política, ex-presidente ficará atento às promessas de nomes da direita para a sua eventual soltura
05/09/2025 às 13:30 atualizado em 05/09/2025 às 14:34
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Ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta julgamento no STF | Lula Marques/Agência Brasil
Em prisão domiciliar e com possibilidade de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, Jair Bolsonaro (PL) deve oferecer apoio nas eleições presidenciais a quem tiver maior capacidade de convencimento para conceder um indulto ao ex-presidente. A análise é da cientista política Juliana Fratini.
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A especialista destacou que, no fim de agosto, o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou ao Diário do Grande ABC que o primeiro ato de uma possível presidência sua seria o de conceder indulto a Bolsonaro.
O ex-mandatário enfrenta julgamento por crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
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“Neste sentido, será muito interessante escutar as promessas de candidatos da direita quanto a soltura de Bolsonaro. É possível que o ex-presidente ofereça apoio àquele que tiver maior capacidade de convencimento”, afirmou Fratini.
Na entrevista ao jornal do ABC Paulista, Tarcísio disparou, ao ser questionado pelo repórter sobre o tema: "Na hora. Primeiro ato. Porque eu acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado". Ele ainda não confirmou, porém, que buscará a Presidência da República em 2026.
Em junho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, disse que, para receber o apoio do pai, um presidenciável deve conceder indulto a ele e, além disso, brigar com o STF por isso, se necessário.
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Os filhos do ex-mandatário também soltaram uma série de críticas a Tarcísio nos últimos meses. Há um temor do clã Bolsonaro que uma maior visibilidade do governador paulista ofusque o protagonismo da família entre alas conservadoras.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse, também no fim de agosto, ao portal Metrópoles, que a família pensa em deixar o PL se o governador migrar para a sigla.
Tarcísio tem apoio de Valdemar Costa Neto, presidente do PL com alta influência na política nacional, que prometeu lutar para trazer o governador para a legenda e lançá-lo a presidente em 2026.
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Para Fratini, não há neste momento um outro presidenciável de direita que tenha a mesma liderança carismática e populista de Bolsonaro.
“Ele está para a direita tal qual Lula, que também é carismático e populista, está para a esquerda. A direita não possui atualmente outros candidatos com o mesmo perfil. Os demais são todos mais sérios, conservadores e moderados”, afirmou a cientista política.
Segundo ela, os presidenciáveis mais prováveis neste momento do campo da direita são, além de Tarcísio, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
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As lideranças políticas estudam sobre a possibilidade de lançar um candidato único da direita ou vários nomes, para depois voltarem a se unir em um eventual segundo turno.
“Sempre é melhor que exista um candidato principal, mas é possível que não abram mão da disputa múltipla no primeiro turno. Todos querem protagonismo”, afirmou Fratini.
“Entre eles, minha percepção é de que Tarcísio é o mais forte”, completou a especialista.
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