Na última semana, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou uma mudança significativa na base de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física.

A medida integra o pacote de propostas de reforma fiscal do governo federal, que, por sinal, não foi bem recebido pelo mercado financeiro.

A “Faria Lima” desconfia dos números de Haddad, pois  projeta uma economia de R$ 327 bilhões entre 2025 e 2030, um número expressivo, que contrasta com a estimativa anterior de R$ 71,6 bilhões entre 2025 e 2026. O mercado permanece cético.

Por outro lado, o Ministro dedicou parte de seu discurso à questão da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda.

Segundo o novo pacote, estarão isentos os contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil, sendo criada uma alíquota para aqueles que ganham acima de R$ 50 mil. Vale lembrar que a atualização da base de cálculo do imposto não ocorre há anos.

Hoje, são isentos apenas os que recebem até R$ 2.112,00 mensais. Acima desse valor, a tabela é progressiva. Com um salário de pouco mais de R$ 4 mil, por exemplo, o desconto é 22%.  

Com a nova proposta toda essa categoria de trabalhadores, servidores públicos em todos os níveis, inclusive os autônomos como médicos, advogados e engenheiros serão beneficiados com a isenção. Lula (PT) dá  à classe trabalhadora um alívio fiscal significativo.

De acordo com o IBGE, a renda média do brasileiro gira em torno de R$ 3.500,00, o que coloca grande parte da população na nova faixa de isenção, que por sinal, ouviu durante anos renúncias fiscais que favoreciam setores como a indústria, o agronegócio e os bancos.

Desta vez, Lula jogou com a torcida. A oposição critica a medida, pois terá dificuldades para justificar qualquer voto contrário. Na verdade é mais uma movimento no tabuleiro de xadrez para 2026.

Ganhará quem tiver a melhor estratégia. Caso seja aprovada na íntegra, Lula já avançou algumas casas.