Há um sério aumento de casos de suicídio entre os policiais brasileiros. Dados do Fórum Nacional de Segurança Pública indicam o crescente número de mortes provocadas pelos próprios agentes, com o uso de armas de fogo ou outros instrumentos. Inclusive entre os aposentados.

Os suicídios de policiais civis no estado de São Paulo já superam o número de mortes no combate ao crime. É um fenômeno que vem ocorrendo em vários países e carece de melhores estudos e modelos preventivos.

Dados do Relatório sobre Suicídio do Departamento de Justiça dos Estados Unidos indicam que em 2019 foram 228 casos, um aumento de quase 80% na última década.

Os espanhóis também estão preocupados com o aumento dos casos entre seusagentes da lei, pois, no curso de duas décadas, as mortes por suicídio, aumentaram cerca de 200%. A imprensa espanhola cobra ações governamentaisnessa área, mas sem sucesso.

No Brasil, o Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio(IPPES), que realiza ações preventivas e emite relatórios sobre o assunto, assevera que entre policiais, as mortes desse gênero já ultrapassam mais de 143 notificações neste ano. O problema é grave.

Na outra ponta temos vários casos de possíveis abusos e de violência policial, como na morte ocorrida no interior de viatura da Polícia Rodoviária Federal em Sergipe e no episódio de contenção de pessoa, por Guardas Civis Metropolitanos em São Paulo. A relação entre os casos é evidente, pois o policial sofre toda a sorte decrises psicológicas.

A peculiaridade da atividade, o regime laboral, baixos salários e ausência de reconhecimento social são parte do problema.Eleições estão chegando, e os pré-candidatos devem trazer soluções, com programas eficazes de prevenção ao suicídio, além de pesquisar e descobrir os motivos da alta letalidade policial.