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Favelas não podem ser vistas apenas como espaços de vulnerabilidade, mas como territórios de potência econômica, cultural e social
10/09/2025 às 09:00
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Investir nas favelas é investir no futuro do Brasil; na foto, comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista | Rovena Rosa/Agência Brasil
Pesquisa do Instituto Data Favela (2023) revela que a população residente das mais de 12.348 favelas mapeadas no Brasil compreendem 17,2 milhões de moradores, com um potencial de consumo estimado em R$ 300 bilhões por ano.
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Esses números revelam não apenas a força econômica desses territórios, mas também a urgência de políticas públicas que conciliem desenvolvimento sustentável e inclusão social.
O Brasil sediará em 2025 a COP30, conferência internacional do clima que terá entre suas pautas centrais a economia circular sustentável. Esse cenário global oferece uma oportunidade histórica: colocar as favelas no centro da agenda climática e de investimentos.
Afinal, nelas ainda persistem problemas estruturais como falta de saneamento básico, moradia digna, segurança pública e acesso à saúde e educação — direitos previstos na Constituição, mas frequentemente negligenciados.
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Esse dado, por si só, já deveria posicionar as favelas no centro das discussões sobre economia, investimentos, sustentabilidade e políticas públicas. No entanto, quando olhamos para as agendas globais, como a COP 30, prevista para acontecer no Brasil em 2025, a realidade ainda é outra: a favela segue como coadjuvante nos debates que decidem o futuro do planeta — e o presente da sua própria comunidade.
As favelas não podem ser vistas apenas como espaços de vulnerabilidade, mas como territórios de potência econômica, cultural e social. Incluir suas vozes nas decisões sobre sustentabilidade é reconhecer que a transição ecológica só será justa se for também socialmente inclusiva.
A economia circular só será eficaz se for inclusiva. A sustentabilidade só será real se for vivida por todos. E a COP 30 só deixará um legado positivo se enxergar as favelas como o que elas são: territórios que constroem, propõem e resistem— e que, mais do que nunca, merecem ser ouvidas.
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Investir nas favelas é investir no futuro do Brasil. Se a favela fosse um estado, seria o 4º mais populoso do país, segundo dados do Data Favela (2023).
Se queremos um País que se posicione com seriedade nas conferências climáticas internacionais, é preciso olhar para dentro. Estabelecer relações intergovernamentais com foco nas favelas, com investimentos em infraestrutura, educação ambiental, energia renovável e políticas de justiça climática, reforma tributária é essencial para uma transição justa.
Fontes: Data Favela (2023); Observatório das Favelas; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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