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Heródoto Barbeiro

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Amigos para siempre!

Cientistas sociais e políticos concordam: a democracia no continente latino-americano não é uma constante, é uma exceção

05/08/2024 às 20:10  atualizado em 16/08/2024 às 17:20

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Marcelo Camargo/Agência Brasil

Marcelo Camargo/Agência Brasil |

Desde o movimento de separação das monarquias ibéricas, as jovens nações foram governadas por caudilhos, entremeadas por períodos democráticos.

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Apoiados por latifundiários, conhecidos como terratenientes, são herdeiros das oligarquias que se formaram no continente, escoradas principalmente na posse da terra. 

Os golpes de estado são uma constante e ora têm uma orientação à direita, ora à esquerda. Uma vez no poder, massacram a oposição, impedem a liberdade de imprensa e expressão, e privilegiam os grupos que apoiam o déspota do momento.

É um jogo de interesses que se tinge de ideológico com o embate entre comunistas, de um lado, e liberais, de outro. Ou seja, economia apoiada no Estado em nome das classes mais pobres e, de outro lado, a liberação da economia para que cada um ganhe de acordo com suas habilidades e dedicação aos negócios e ao trabalho.

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O mundo está de costas para o continente latino-americano. Há coisas mais importantes para atrair a atenção dos Estados Unidos e da Europa. 

A conjuntura mundial é grave e há ameaça de guerra em várias partes do mundo, o que ocupa a diplomacia e as Forças Armadas dos países chamados desenvolvidos. Com isso, os regimes sul-americanos se apoiam na força. Ou nos grupos armados que formam verdadeiros exércitos paralelos, ou nas Forças Armadas nacionais. 

Estas também estão presentes na América Latina desde o início do século 19, quando a maior parte dos libertadores era ou tinha formação militar. Sem o apoio do Exército, ditador nenhum consegue se manter no poder. 

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Para isso, é preciso ganhá-los com benesses, privilégios, armamento moderno e reconhecimento da importância das altas patentes na sociedade. Há uma alternância entre o momento em que eles assumem diretamente o poder e quando apoiam um civil. Justificativas não faltam e acusações de “fascistas” e “comunistas” são constantes.

O golpe de estado está presente na evolução política dos países latino-americanos. E o Brasil não é uma exceção. 

As oligarquias dissidentes derrubam as tradicionais no movimento de 1930, que alguns historiadores chamam de revolução, outros de golpe de estado.

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O fato é que o mandante Getúlio Vargas está no poder há 7 anos e não pretende voltar para o Rio Grande do Sul. Quer ficar no Rio de Janeiro, a capital da República, centro do poder nacional.

Com o apoio das Forças Armadas arma um golpe de estado. O pretexto é a ameaça que em 1935 tentou um levante comandado pelos comunistas em quartéis e base aérea para impor no Brasil um regime “tipo soviético”. 

A direita, por seu turno, inspirada no modelo fascista de governo, ameaça – até com assalto ao palácio presidencial – impor uma ditadura semelhante à da Itália de Mussolini. Vargas é um político de  direita, mas não quer compartilhar o poder mesmo com os que se assemelham a ele ideologicamente.

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Em 1937, assusta a nação com ameaça de caos e guerra civil, dizendo ser o único capaz de assegurar a paz e a propriedade privada. Impõe a ditadura do Estado Novo. 

O mundo está à beira de uma guerra mundial na Europa e na Ásia. A América Latina e o Brasil não atraem o interesse das potências mundiais, empenhadas em se armar e se impor ao mundo. 

O cenário é propício para ditaduras e a do Brasil sobrevive até 1945 com o fim da Segunda Guerra Mundial. E ela também foi derrubada por um golpe de estado. Liderado pelo Exército.

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