Conforme previu esta coluna em janeiro, o preço do arroz disparou. Na porteira da fazenda, o cereal fechou o primeiro semestre valendo 31,2% a mais do que no mesmo período de 2019. Assim, a cotação do grão bateu recorde histórico, atingindo o maior valor nominal desde 2005, quando o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) começou a monitorar os preços. O motivo é a falta de uma política pública que privilegie o consumidor brasileiro.

Segundo o Cepea/USP, ao longo de 2020 teremos a menor disponibilidade interna do grão desde 1985. A estimativa é que tenhamos produzido 12,7 milhões de toneladas na safra colhida durante o verão. Isso deverá reduzir o estoque nos armazéns a preocupantes 438 mil toneladas em fevereiro de 2021, quando chegará ao mercado a próxima safra.

Outro fator que tem pesado nessa equação é a escalada nas exportações influenciada pela disparada do dólar. Os embarques em junho somaram 316 mil toneladas, contra 27 mil toneladas no mesmo período de 2019, alta de 1.170%. Esse foi o maior volume já exportado em um mês pelo Brasil, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Arroz.

Ciência contra...

Os problemas de coração matam dois brasileiros a cada três minutos. E a Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que 18,4 milhões de pessoas estão com altos níveis de colesterol no País.

...o colesterol.

Pois bem, uma startup formada por alunos da Unicamp acaba de potencializar óleos de soja, canola e girassol como alimentos funcionais. O segredo é a manipulação de nanoestruturas lipídicas, esteróis vegetais que competem com o esterol de origem animal e reduzem, com isso, o colesterol sanguíneo.

Chuva, tecnologia e...

A chuva abundante neste ano fez florescer o Sertão do Cariri e a Chapada do Apodi, derramando esperança pelo semiárido cearense. A expectativa é que a generosidade da natureza e novas plantas mais resistentes desenvolvidas pela estatal Embrapa ajudem a reinventar a indústria cearense do algodão, dizimada nas últimas décadas pela seca e pelas pragas.

...as flores do Sertão.

Por todas as características de solo e clima, o Ceará é capaz de produzir uma fibra de altíssima qualidade e até 50% mais barata que no Cerrado do Brasil Central.

Caipirinha cara...

O preço do limão tahiti subiu 124% em um ano, segundo o Cepea/USP. Motivo: alta na procura por vitamina C contra gripes e Covid. O açúcar também tem subido sistematicamente por escassez do produto no mundo...

...mas, relaxe!

Porém, apesar dessa escalada no limão e no açúcar, o preço do gelo não sobe há ‘pelo menos 480 meses’ e a cachaça continua saborosa, a expressar todas nuances deste Brasil tão biodiverso... Então, relaxe e curta seu final de semana! Até a semana que vem.

Filosofia do campo:

“A beleza é a inteligência à flor da pele”, Millôr Fernandes (1923-2012), jornalista carioca.