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A implantação de 1,2 km de galerias de reforço e a canalização de 2,1 km do córrego Zavuvus não avançam e causam transtornos Por Marcelo Tomaz De São Paulo
12/05/2018 às 11:55
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A quantidade de entulho, o tamanho do mato e o prazo para execução do contrato foram as únicas coisas que mudaram nas obras de combate à enchente do córrego Zavuvus, na zona sul de São Paulo, nos últimos seis meses.
A implantação de 1,2 km de galerias de reforço e a canalização de 2,1 km do córrego entre as avenidas Octalles Marcondes Ferreira e Engenheiro Alberto de Zagottis não avançam desde dezembro do ano passado, data da última visita da Gazeta ao local.
A Secretaria Municipal de Serviços e Obras da gestão Bruno Covas (PSDB) afirma que 630 metros de galerias já foram terminados, mas as enchentes continuam na região.
“Em janeiro mesmo alagou e mais de 50 carros foram arrastados. A obra está abandonada, com muito entulho, muitos ratos e insetos sendo criados na água parada. Há meses eu não vejo nenhuma equipe da prefeitura”, aponta o taxista Gilberto Martiniano de Oliveira, de 55 anos, que há quase duas décadas atende clientes na Estação Jurubatuba da CPTM.
O lixo e os restos da obra estão por toda a parte. Em frente à praça Acapulco, no cruzamento entre a Zagottis e a avenida Engenheiro Eusébio Stevaux, um grande trecho da rua interditado ainda aguarda asfalto.
“Esse pedaço está fechado há mais de um ano e não fizeram absolutamente nada”, reclama o também taxista Edinaldo Lopes da Silva, de 64 anos. “Motoristas colidiram por causa do desvio e ninguém se mobilizou. Interditaram desde lá e não há condições das pessoas utilizarem a calçada. O nosso ponto de táxi ficou sem passeio, as faixas de pedestre não existem mais e o pessoal atravessa no meio da rua”, relata.
O transtorno provocado pelo duradouro canteiro de obras tem consequências também no trânsito. Nos horários de pico ou em dias de chuva os congestionamentos são comuns. Comerciantes da região afirmam que os desvios existentes não são indicados de maneira adequada e que acidentes ocorrem semanalmente.
A Prefeitura de São Paulo não justificou o atraso na obra, que prometeu concluir neste ano. Em nota, afirmou que suspendeu o prazo de execução por 120 dias e prorrogou o contrato com o Consórcio FBS/Etama por 36 meses, dando até 2021 para que a empresa termine os trabalhos.
A Gazeta publicou
Em 5 de dezembro de 2017 a Gazeta conferiu os trabalhos no Zavuvus, que começaram em abril de 2015. O prazo para conclusão da obra, que se encerraria em 2018 e foi prorrogado por mais três anos, compreende três lotes. Os dois primeiros dizem respeito a construção de dois reservatórios e de um parque linear entre as ruas Luís da Gama Rosa e a avenida Interlagos, além da urbanização de boa parte da região. O terceiro lote é a readequação alvo dessa reportagem, que ainda não ficou pronta. O investimento previsto, proveniente de recursos do PAC, era de R$ 316 milhões.
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