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Cotidiano

49,9% das armas levadas por criminosos em SP estava dentro de residências

Foram levadas 5.978 armas por criminosos nos últimos cinco anos no estado de São Paulo, que estavam em ambientes residenciais

Leonardo Sandre

10/08/2022 às 12:01  atualizado em 10/08/2022 às 13:19

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Das armas levadas pelos criminosos nesse período de cinco anos no estado, mais da metade (50,2%) eram revólveres e outros 30% eram pistolas

Das armas levadas pelos criminosos nesse período de cinco anos no estado, mais da metade (50,2%) eram revólveres e outros 30% eram pistolas | Reprodução/Facebook

O armamento roubado ou furtado em apartamentos e casas (incluindo rurais) representa quase metade (49,9%) do total levado por criminosos entre junho de 2017 e maio de 2022: 11.985 armas. O restante foi subtraído de locais como estabelecimentos comerciais (25,5%), de veículos em via pública (16,8%) e órgãos públicos (5,8%). 

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Foram levadas 5.978 armas por criminosos nos últimos cinco anos no estado de São Paulo, que estavam em ambientes residenciais, segundos dados da Secretaria da Segurança Pública, obtidos pela reportagem por meio da Lei de Acesso à Informação. 

Os dados obtidos mostram, ainda, que a Polícia Civil registrou em 276 municípios ocorrências de armas sendo levadas por criminosos. Isso significa 43% dos 645 municípios paulistas, mais um indicativo da proliferação das armas pelo país. 

Segundo os registros policiais, 38,5% das armas foram levadas de roubo ou outra forma violenta. O restante (61,5%) foi levado por meio de furto, quando não há violência. Nesses casos, a vítima, geralmente, só percebe o crime depois. 

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Caso do advogado Marcio, 61, que, em agosto de 2018, teve a casa em Perdizes, zona oeste da capital paulista, invadida por três criminosos quando ele estava fora com a família. A reportagem não conseguiu contato com ele e, por isso, optou por não divulgar o sobrenome. 

Com a ajuda de câmeras de segurança, ele soube que os homens tinham arrombado uma porta lateral e, no interior da residência, levaram bens como joias, relógios de marcas famosas e dez armas pertencentes a ele –entre pistolas, carabinas e uma submetralhadora. 

Conforme contou aos policiais, o armamento estava guardado no interior de dois cofres, presos à parede, mas, mesmo assim, os ladrões conseguiram arrancá-los e carregá-los para dentro de um carro da família, usado na fuga. 

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Conforme registro policial, uma das armas (uma pistola .40) foi localizada cerca de dois anos depois e devolvida ao advogado. 

Os números obtidos pela reportagem indicam, ainda, que das armas levadas pelos criminosos nesse período de cinco anos no estado, mais da metade (50,2%) eram revólveres e outros 30% eram pistolas. Essa proporção vem caindo, porém, ao longo do tempo, conforme dados da polícia. 

Em 2022, por exemplo, dados parciais de janeiro a maio, a quantidade de revólveres levados caiu para 40%, enquanto a proporção de pistolas subiu para 39%. Em 2017, essa diferença era de 57% de revólveres, contra 25% das pistolas –essas têm maior capacidade de armazenamento de munição. 

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De acordo com Bruno Langeani, gerente de projetos do Instituto do Sou da Paz, os dados obtidos pela Folha reforçam as conclusões de levantamento da entidade com informações 2011 a 2020. O estudo apontou que 46% das armas levadas por criminosos estavam em ambientes residenciais. 

"A tendência é parecida, mas teve aumento na participação de residências. É um aumento já era esperado, algo que o Sou da Paz está dizendo desde 2019 sobre a flexibilização, especialmente do registro, que ela faria com que essa massa de armas legais armazenada em residência crescesse e, por consequência, os desvios também", afirmou o pesquisador.

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