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A ideia da prefeitura de SP é ampliar as internações, principalmente dos usuários da Cracolândia | /SUAMY BEYDOUN/AGIF/FOLHAPRESS
Dos cerca de 10 mil dependentes químicos que passaram por uma internação psiquiátrica custeada pela Prefeitura de São Paulo, nos últimos dois anos, mais da metade, 56%, desistiu do
tratamento.
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Além das desistências, o programa inaugurado pelo ex-prefeito João Doria (PSDB), e reativado recentemente por seu sucessor, Bruno Covas (PSDB), também enfrenta alta rotatividade.
Em 54% das internações, trata-se de casos de dependentes químicos que retornaram aos hospitais psiquiátricos pouco tempo depois de terem voltado para as ruas.
Há poucas informações, porém, sobre o grupo restante, dos dependentes que de fato aderiram ao tratamento, ou seja, ficaram internados até obterem a alta médica e, depois, fizeram o acompanhamento ambulatorial com médicos e uso de remédios.
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Esse grupo representa 3% do total das internações, ou 360 pacientes.
Não houve acompanhamento dessas pessoas nesses dois anos e, por isso, são nulas as informações a respeito da efetividade do programa, como o número de pessoas que conseguiram se afastar o vício ou retomaram a rotina.
"Instauramos o aplicativo para seguimento dos pacientes do Redenção, mas ainda não conseguimos extrair os dados", afirma o coordenador Arthur Guerra.
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Segundo ele, está em estudo uma parceria com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para elaborar um mecanismo capaz de avaliar a evolução dos dependentes que passarem pelo programa.
Instituídas desde maio de 2017, as cerca de 10 mil internações custaram à municipalidade cerca de R$ 35 milhões.
A ideia da gestão do prefeito Covas é ampliar o contingente de internações, principalmente de usuários que orbitam no entorno da cracolândia, região no centro de São Paulo que concentra dependentes que vivem nas ruas.
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O aceno à política de abstinência, que foca em privar o usuário do acesso às drogas, em detrimento da redução de danos representa um alinhamento ao método proposto pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
O coordenador do Redenção deve ir a Brasília para reunião com o ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB), autor do projeto de lei sancionado pelo presidente na semana passada.
O texto muda as regras para as internações involuntárias e concede a agentes públicos, e não mais apenas a familiares, o poder de encaminhar um dependente para o hospital psiquiátrico, mesmo contra sua vontade.
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A internação involuntária deve ser autorizada por um agente de saúde, e não mais necessariamente por um médico, como ocorria antes da aprovação da nova lei.
(Mariana Zylberkan/FP)
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