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Cotidiano

Alojamento do CT não tinha licença

TRAGÉDIA NO CT. Flamengo montou alojamento em estacionamento, diz prefeitura do Rio; clube não teria informado sobre dormitório

09/02/2019 às 01:00

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Incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo na sexta-feira deixou dez mortos e três pessoas feridas

Incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo na sexta-feira deixou dez mortos e três pessoas feridas | /Thiago RibeiroAgif/Folhapress

A área onde ficava o alojamento que pegou fogo na madrugada de sexta-feira e deixou dez mortos e três pessoas feridas, uma delas em estado grave, no Centro de Treinamento do Flamengo, estava descrita como "estacionamento", de acordo com a Prefeitura do Rio.

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"A área de alojamento atingida pelo incêndio não consta do último projeto aprovado pela área de licenciamento, em 05 de abril de 2018, como edificada", diz trecho da nota. Ou seja, na prática, o clube não tinha permissão do governo municipal para manter o alojamento naquele espaço. "No projeto protocolado, a área está descrita como um estacionamento", afirma a
prefeitura.

A nova licença tem validade até o próximo dia 8 de março, e segundo o município, "não há registros de novo pedido de licenciamento da área para uso como dormitórios". "Por determinação da legislação em vigor, a coordenação de licenciamento informa que só há inspeção neste tipo de edificação em casos de denúncia", diz outro trecho da nota.

Mais cedo na sexta, o secretário de Defesa Civil do Rio de Janeiro e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Roberto Robadey, já havia dito que o local não tinha certificado de segurança. Robadey chamou o local de "puxadinho". "Não é exclusividade desse local. Mas as pessoas às vezes aprovam uma planta, aí quando vai ver resolve fazer puxadinho. Aumentar. A gente lamenta que as pessoas não possam fazer um planejamento adequado. É um ato final. Existe todo um procedimento", afirmou, em entrevista à rádio BandNews.

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A prefeitura informou ainda que "vai determinar a abertura de um processo de investigação para apurar as responsabilidades".

O CT também não estava com a documentação regularizada junto ao Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, o local não possuía o Certificado de Aprovação (CA), documento que atesta que a instalação está de acordo com a legislação vigente no que diz respeito a dispositivos contra incêndio.

A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros Militares do Rio de Janeiro (CBMERJ), que ressaltou, contudo, que isso não significa que o CT não fosse seguro. "Importante esclarecer que a não existência do CA não significa, por si só, que o local não possuía os dispositivos, e sim que não era aprovado pelo CBMERJ", ressaltou a corporação.
(EC)

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