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Estádio do Pacaembu é um dos lugares mais visitados pelos torcedores de diversas regiões | Divulgação/Prefeitura de SP
A Allegra Pacaembu, responsável pela gestão da Mercado Livre Arena Pacaembu, enfrenta uma crise financeira que se repete há pelo menos um ano. As informações foram divulgadas pelo portal Metrópoles.
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De acordo com levantamento em cartórios da capital paulista, a concessionária acumula 468 protestos por falta de pagamento, envolvendo 94 empresas, que cobram um total superior a R$ 17,3 milhões.
O estádio Mercado Livre Arena Pacaembu foi reinaugurado no início de 2025, na data do aniversário da cidade de São Paulo, para receber a final da Copinha de 2025.
Os registros incluem desde pequenas prestadoras de serviço até grandes fornecedores da obra do complexo esportivo. A concessionária chegou a ter uma conta de luz protestada pela Enel, no valor de mais de R$ 100 mil, vencida desde setembro.
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O volume de dívidas coincide com o período em que a empresa pagou cerca de R$ 40 milhões em juros de um empréstimo quitado há um mês.
O protesto em cartório, além de notificar o devedor, gera restrições de crédito e dificulta a obtenção de financiamento. Dos 468 protestos analisados, a Allegra não contestou nenhum.
Segundo empresários ouvidos pelo portal Metrópoles, o calote vem sendo registrado desde o final de 2023, com relatos de falta de retorno por e-mail e telefone após a prestação de serviços, um padrão que vem sendo observado em débitos que vão de milhões de reais a dívidas inferiores a R$ 2 mil.
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Os credores incluem empresas de revestimentos, concreto, vidro, iluminação, hidráulica, serralheria, gestão de obras, logística e organização de eventos. Parte deles atuou na reinauguração do complexo, realizada pela prefeitura em janeiro de 2024.
Além das pendências comerciais, a Allegra responde a 140 ações trabalhistas, somando R$ 12,9 milhões em valores de causa. No Serasa, a empresa aparece com score de “default”, classificação que, segundo o mercado, pressiona negociações para pagamentos à vista.
Em nota, a concessionária afirma ter investido mais de R$ 800 milhões no projeto e justifica o atraso nos pagamentos a um processo de auditoria interna, iniciado após a conclusão das obras obrigatórias.
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Segundo a empresa, “divergências entre serviços prestados e valores foram identificadas”, o que levou à suspensão temporária de parte do fluxo financeiro.
“Alguns fornecedores podem ter sido impactados e buscaram medidas como as destacadas. O compromisso é quitar valores comprovadamente devidos”, afirma a nota.
A prefeitura de São Paulo declarou que as concessionárias são responsáveis por seus atos perante terceiros e que os contratos são firmados com empresas que comprovam capacidade financeira.
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Apesar de ter declarado a conclusão das obras obrigatórias em janeiro, a Allegra segue realizando intervenções no complexo, como a construção de um prédio multifuncional no lugar do antigo Tobogã.
O Pacaembu também recebe eventos esportivos e musicais, embora ainda tenha dificuldade em atrair partidas profissionais de futebol.
Em 2025, apenas a Portuguesa mandou jogos no estádio, e retornou ao Canindé citando o alto custo de aluguel. Por outro lado, a arena tem sido palco de grandes shows.
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Mesmo diante da crise financeira, o Pacaembu mantém eventos e público, enquanto fornecedores aguardam solução para um passivo que, segundo eles, pode ser ainda maior do que o valor já protestado.
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