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Sindicalistas e manifestantes pró Embraer fizeram manifestação na portaria da empresa na matriz em São José dos Campo (SP) | Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress
A assembleia de acionistas da Embraer aprovou nesta terça-feira a venda do controle da divisão de aviação comercial da empresa para a norte-americana Boeing. A Embraer ficará com apenas 20% de sua principal geradora de recursos. Da assembleia participaram detentores de cerca de 67% das ações em circulação da Embraer, das quais 96,8% foram favoráveis ao negócio, informou a companhia brasileira.
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Além da venda de 80% da divisão de aviação comercial, o negócio inclui a formação de uma joint-venture para promoção e venda do cargueiro KC-390. A assembleia de acionistas desta terça havia sido suspensa após uma liminar concedida pela Justiça Federal de São Paulo na sexta-feira em uma ação civil pública movida por sindicatos
de metalúrgicos.
Mas a resistência dos sindicatos era apenas um dos entraves. A despeito da oferta de US$ 1,6 bilhão em dividendos aos acionistas embutida no negócio, minoritários rejeitavam a operação.
Um dos opositores é a Abradin, associação de investidores liderada pelo economista Aurélio Valporto, que também chegou a mover uma ação civil pública - extinta pela Justiça na semana passada. O próprio governo federal, apesar do aval ao negócio concedido pelo presidente Jair Bolsonaro em janeiro, ainda buscava informações sobre o assunto.
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O vice-presidente Hamilton Mourão recebeu a Abradin na semana passada. Valporto levou a Mourão, entre outras observações, trechos do acordo que diz considerar "sensíveis" para o futuro do cargueiro KC 390, como a instalação da sede da EB Defense, joint-venture que abrigará atividades ligadas ao avião, em Delaware, nos Estados Unidos. Conforme o acordo, além da venda do controle da divisão de aeronaves comerciais, em que a Boeing obteve 80%, formando a empresa Newco, será composta uma joint-venture para o KC-390, da qual a Embraer terá 51% e a Boeing, 49%.
Valporto também relata ter levado a Mourão a preocupação de que a joint-venture do KC-390 desenvolverá sua própria marca, ou seja, o cargueiro pode não trazer a marca Embraer, segundo o presidente da Abradin. (FP)
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