Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) se reuniu com os com governadores da Amazônia Legal ontem | /Marcos Corrêa/PR
Em meio a uma crise ambiental, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) colocou em segundo plano a série de queimadas pelo País e priorizou ataques a reservas indígenas em reunião nesta terça- feira (27) com governadores da Amazônia Legal.
Continua depois da publicidade
No encontro, promovido no Palácio do Planalto, ele fez questão de questionar a cada autoridade estadual o percentual de reservas indígenas em seus estados e chamou de "irresponsabilidade" a política de demarcação adotada por governos anteriores.
"A Amazônia foi usada politicamente desde o [presidente Fernando] Collor para cá", disse. "Aos que me antecederam, foi uma irresponsabilidade essa política adotada no passado, usando o índio ao inviabilizar esses estados", ressaltou.
A expectativa inicial era de que o encontro discutisse políticas para evitar novos incêndios criminosos. Na chegada ao encontro, os governadores do Amazonas, Pará e Roraima defenderam, por exemplo, que o governo brasileiro aceitasse montante de US$ 20 milhões oferecido pelos países do G7.
Continua depois da publicidade
O tema, no entanto, foi pouco abordado na reunião. Em discurso, o presidente afirmou que muitas reservas indígenas têm "aspecto estratégico", que há índios que não falam português e ressaltou que uma das intenções das demarcações é inviabilizar o País no campo econômico.
A reunião foi transmitida ao vivo pela televisão do governo e pelas redes sociais de Bolsonaro que, em boa parte do encontro, discursou com foco em seu eleitorado e olhando diretamente para a câmera, não para os governadores presentes.
"Com todo o respeito aos que me antecederam, foi uma irresponsabilidade essa política adotada no passado no tocante a isso, usando o índio como massa de manobra", afirmou. "Essa questão ambiental tem de ser conduzida com racionalidade, não com esta quase selvageria como foi feita nos outros governos", afirmou.
Continua depois da publicidade
Para fazer as críticas, Bolsonaro afirmou que o Ministério da Justiça tem hoje mais de 400 novos pedidos de demarcação de terras indígenas, disse que a política ambiental "não foi usada de forma racional" e citou exemplos de solicitações, que, segundo ele, não devem ser concedidas.
"A nossa decisão até o momento é não demarcar. Já extrapolou essa verdadeira psicose no tocante a demarcação de terras", disse. "Hoje, 40% de Roraima está tomado por terra indígena. Por que tanta terra indígena foi demarcada?", questionou.
Em discurso, o presidente anunciou que até quinta-feira (29) fechará um pacote de medidas, com sugestões dos governadores presentes, para a região amazônica. Ele não explicou detalhes, mas deve contemplar questões relacionadas à demarcação de terras indígenas. (FP)
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade