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Apoiadores de Juan Guaidó entram em confronto em Caracas com militares leais a Maduro | / FERNANDO LLANO/ASSOCIATED PRESS
Integrantes da cúpula militar brasileira e diplomatas especializados em Venezuela se disseram surpresos pela rapidez da escalada da crise na ditadura de Nicolás Maduro e já não descartam o risco de uma guerra civil no país vizinho. Na terça, blindados chavistas arremeteram contra a multidão que protestava contra o governo.
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Segundo a reportagem apurou com diplomatas, o ponto de inflexão foi a maior adesão de militares de patentes baixa e intermediária ao grupo do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que é reconhecido como líder interino do país por países como o Brasil e os Estados Unidos.
O episódio da libertação do líder opositor Leopoldo López, com auxílio de militares, não tem precedente na conturbada crise da ditadura chavista. Nem militares, nem diplomatas, tinham informações confiáveis a respeito da movimentação na manhã de terça-feira.
Segundo um membro do Alto Comando do Exército do Brasil, o conflito atual só irá se resolver com violência. Até aqui, o Brasil considerava a posição de Nicolás Maduro estável entre suas lideranças militares, até porque muitos generais ocupam cargos estratégicos na indústria petrolífera do país e são acusados de associação com atividades ilícitas.
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Mas as imagens da manhã desta terça podem alterar essa percepção. Segundo uma fonte do Exército na região informou, pelo menos sete unidades militares estariam sublevadas contra Maduro. Não é possível confirmar a veracidade dessa informação a essa altura.
A escalada traz um desafio renovado para o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Bolsonaro realizou uma reunião de emergência sobre o caso com todos os principais envolvidos na discussão do tema Venezuela do governo.
O presidente usou o Twitter na tarde de terça para falar sobre a crise. "O Brasil acompanha com bastante atenção a situação na Venezuela e reafirma o seu apoio na transição democrática que se processo no país vizinho", tuitou Bolsonaro, que escreveu também: "O Brasil está ao lado do povo da Venezuela, do presidente Juan Guaidó e da liberdade dos venezuelanos".
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A ala dita ideológica da administração está representada por Ernesto Araújo, o chanceler indicado pelo escritor Olavo de Carvalho e cuja indicação foi aprovada pelo deputado Eduardo Bolsonaro, o filho do presidente que atua na área internacional.
O Itamaraty liderou a guinada mais radical de oposição a Maduro, iniciada já no governo de Michel Temer (MDB). O País apoiou o pleito de Guaidó de ser presidente interino e deixou de reconhecer o ditador como presidente legítimo, em linha com o que pregava a administração Donald Trump.(Igor Gielow/FP)
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