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Cotidiano

Bronca amplia embates com bancada da bala

JOÃO DORIA. Reprimenda do governador a deputado do PSL reforçou a resistência da bancada ao Palácio dos Bandeirantes

21/05/2019 às 01:00

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'Não me abrace e depois no momento seguinte venha aqui para fazer críticas', disse Doria

'Não me abrace e depois no momento seguinte venha aqui para fazer críticas', disse Doria | /GILBERTO MARQUES/GOVERNO DO ESTADO DE SP

Uma bronca do governador João Doria (PSDB) no deputado estadual Major Mecca (PSL-SP) está na raiz do racha do PSL na votação de projeto de enxugamento de estatais do Estado e reforçou a resistência de membros da chamada bancada da bala ao Palácio dos Bandeirantes.

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Para deixar clara a insatisfação com a falta de acenos de Doria a servidores da segurança pública, área que o governador elegeu como prioridade, parlamentares egressos da carreira policial ou que foram eleitos com o apoio dessa base já estavam dispostos a votar contra a proposta do PSDB.

A reprimenda do tucano azedou de vez o clima. Mecca ficou magoado e espera um pedido público de desculpas.

Durante a votação, na última quarta-feira, quando o projeto foi aprovado, o PSL se dividiu: seis deputados que queriam emparedar o governador sob a justificativa do descaso com a segurança votaram contra, e oito se apegaram a ideais liberais da legenda para fundamentar voto favorável. Um membro do partido votou pela obstrução.

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A rusga entre governador e deputado eclodiu na semana anterior à votação, quando Doria, durante a visita mensal que faz à Assembleia, pegou o microfone para expressar seu descontentamento com Mecca por causa de discursos dele com críticas à remuneração e às condições de trabalho dos agentes de segurança.

"Não dá para ter dois comportamentos, um pessoal e depois outro aqui colocado na tribuna da Assembleia. Se o senhor tiver crítica, faça diretamente a mim, estando comigo, olhando nos meus olhos", falou Doria ao parlamentar, diante de outros deputados.

"Não me cumprimente, não me abrace, e depois no momento seguinte venha aqui para fazer críticas ao governador do estado. Ou não participe de encontro comigo, ou, se participe, me trate com a mesma forma com que me tratou lá no Palácio dos Bandeirantes. Duas formas eu não aceito. Escolha uma delas", arrematou Doria.

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Uma semana antes, o tucano tinha recebido na sede do governo 13 dos 15 membros da bancada do PSL, a mais numerosa da Assembleia. O PSDB, que no passado era o partido com mais cadeiras, caiu para o terceiro lugar nesta legislatura, empatado com o PSB, o que criou um cenário mais pedregoso para o Executivo.

Mecca estava no grupo que participou do encontro. No dia seguinte, porém, o deputado foi para a Assembleia com uma camiseta escrito "Policial nota 10, salário nota zero" (uma indireta a uma premiação do Governo de SP para policiais) e soltou o verbo no
plenário.

"Tivemos a oportunidade de externar ao governador [no almoço] o sentimento que tem hoje o nosso soldado, os nossos praças, os nossos oficiais. O sentimento é de abandono, é de que o Estado não se importa com eles e com seus familiares", discursou Mecca. (FP)

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