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Pedido de investigação foi feito pelo próprio Police Neto; caso está relacionado a uma viagem que o vereador fez à Malásia | /Rodrigo Capote/Folhapress
A Câmara Municipal de São Paulo abriu um procedimento interno para apurar a suspeita de que o vereador José Police Neto (PSD) tenha sido vítima de uma armação no caso em que ele é acusado de adulterar um requerimento feito à Mesa Diretora para receber reembolso da Casa por uma viagem de nove dias que ele fez em 2018 à Malásia, na Ásia, para participar de um fórum mundial sobre urbanismo.
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O pedido de investigação foi feito pelo próprio Police Neto no dia 20 de março, após a veiculação de uma reportagem da rádio "CBN" que mostrou que três funcionários da Câmara Municipal afirmaram, sob condição de anonimato, que o vereador foi vítima de uma armação conduzida pelo secretário-geral parlamentar, Breno Gandelman, que ocupa o cargo administrativo mais importante do Legislativo paulistano.
O caso veio à tona no dia 21 de fevereiro, quando o "Estado" revelou que Police Neto foi denunciado pelo ex-presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), na Corregedoria da Casa e no Ministério Público Estadual por ter escrito à mão no requerimento de viagem a frase "com ônus à municipalidade", ou seja, pago com recursos do Legislativo, após o pedido de ter sido lido em plenário por Leite "sem ônus" aos cofres públicos junto com outros três documentos
semelhantes.
O requerimento do vereador Police Neto não informava se a viagem como representante da Câmara ao fórum organizado pela ONU na Malásia seria paga pelo Legislativo. A viagem custou
R$ 17,8 mil.
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Ao "Estado", ele disse que não estava na sessão no momento da leitura e admitiu que mudou o documento com uma caneta a pedido do secretário-geral parlamentar Breno Gandelman porque sempre fez essas viagens com despesas pagas pela Casa. Na ocasião, Gandelman disse à reportagem que não se recordava da conversa.
À época, Milton Leite recebeu o pedido de reembolso e autorizou os pagamentos da viagem de Police Neto sem contestação, em janeiro de 2018.
Nesta semana, o "Estado "ouviu uma testemunha, também sob condição de anonimato, que confirmou a versão de que Police Neto foi alvo de uma armação conduzida por Breno Gandelman. Segundo ela, várias documentos são rasurados à mão para corrigir informações e o secretário-geral parlamentar teria forjado a fraude para retaliar o vereador porque ele, quando foi presidente da Câmara (2011-2012), cortou os chamados supersalários, vencimentos acima do teto municipal, atingindo o próprio secretário-geral. (EC)
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