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Cotidiano
O comerciante afirmou também que os capacetes poderiam impedir criminosos de invadir o estabelecimento
11/05/2022 às 13:30 atualizado em 11/05/2022 às 13:57
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'Cemitério' de capacetes no centro de SP | Reprodução
O dono da loja flagrada com cerca de 2 mil capacetes de motocicleta em seu telhado afirmou que a disposição dos equipamentos era uma forma de propiciar isolamento térmico ao estabelecimento. O local que ficou conhecido como "cemitério" de capacetes foi descoberto pela polícia nesta segunda-feira (9) durante a Operação Sufoco no centro de São Paulo.
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Francisco Hélio de Freitas Maia, de 58 anos, diz que é o proprietário da Helio Motos há 14 anos. Em um vídeo obtido pela Gazeta a loja dele aparece com o telhado repleto de capacetes dispostos em fila. Assista abaixo:
Segundo Francisco, além de criar um isolamento contra o calor, os capacetes foram disponibilizados daquela maneira como forma de impedir que criminosos eventualmente entrassem na loja pelo telhado. O logista afirmou ainda que os capacetes eram sempre deixados no estabelecimento pelos próprios clientes para descarte. A loja fica na Rua General Osório, no centro de São Paulo.
“Se tratava de capacetes usados deixados na loja por clientes que adquiriram capacetes novos e que os deixavam no telhado visando impedir o calor na loja e dificultar a ação criminosa de indivíduos na sua loja”, alegou Hélio em seu depoimento à polícia.
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Apesar das afirmações do empresário a Polícia Civil não acreditou que os equipamentos têm origem idônea e decidiu apreender todos os capacetes para investigar se eles foram roubados ou furtados.
Os agentes querem saber, por exemplo, por qual motivo os capacetes não possuíam notas fiscais. Os policiais encontraram os acessórios por acaso enquanto faziam uma fiscalização em busca de possíveis irregularidades no comércio da região central.
Após explicar sua versão da história, Francisco foi liberado da Divisão de Investigações sobre Furtos, Roubos e Receptações de Veículos e Cargas (Divecar). Para transportar os produtos foi necessário um caminhão que foi disponibilizado pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Nenhum crime foi registrado contra o comerciante.
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“Com relação ao grande volume de capacetes”, Hélio “informou que estes foram juntados ao longo de 14 anos” e que “utiliza dois carrinhos de supermercado no interior da loja para o descarte e quando estes ficam cheios, os levam para telhado, faz um furo no meio deles e passa uma corda de aço”.
Ao portal "g1" a delegada Leslie Caran Petrus, que comandou a operação disse que “Os capacetes não tinham notas fiscais, por isso foram apreendidos. Ali é uma região conhecida como 'boca das motos' ou 'quadrilátero das motos' justamente por haver locais onde peças são comercializadas de maneira ilegal".
A filha do comerciante, Karina Freitas, de 31 anos, que trabalha como gerente na loja, disse que a disponibilização dos capacetes no telhado é também uma forma de evitar o descarte irregular do produto.
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“Sinceramente, depois dessa repercussão, ficamos com receio de fazer qualquer coisa. A gente estava fazendo o bem e tomou na cabeça. Não nos procuraram para saber que meu pai sempre colocou os capacetes no telhado para a loja não esquentar. Que foi uma solução inteligente para o descarte sustentável e ainda resfriava o ambiente interno.”
Karina explicou que a loja é regularizada e não recebe, compra nem vende capacetes que tenham sido roubados ou furtados. “Somos honestos. Estamos no mercado há 29 anos, desde 1993. Meu pai chegou até a colocar um cartaz na loja pedindo doações para que doassem capacetes. Agora quem é que guarda nota fiscal de capacete velho?”
Sobre a possibilidade de voltar a dispor capacetes no telhado do comércio, Karina afirmou que isso é pouco provável de acontecer: "Meu pai está viajando agora. Depois vamos conversar, mas acho difícil porque é muita dor de cabeça de gente que não entendeu a proposta de que só queríamos dar um fim ecologicamente correto aos capacetes usados".
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