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Expectativa é atender 1,5 mil pessoas por dia, com distribuição de senhas, até sexta-feira | /Paulo Guereta/Photo Premium/Folhapress
O toldo de proteção contra o sol ainda estava parcialmente montado quando o primeiro candidato a uma vaga de emprego chegou no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, na tarde de segunda-feira, e começou a fila na véspera do quarto mutirão de emprego promovido pelo União Geral dos Trabalhadores (UGT), em parceria com o Sindicato dos Comerciários e o Sindicato dos
Padeiros.
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Alguns chegaram equipados com lençol para passar a madrugada na fila ou maquiagem para disfarçar as olheiras diante do recrutador, assim como também havia gente que descobriu no susto que o mutirão seria realizado nesta terça-feira (17), e resolveu ficar pelo centro para garantir uma senha que dá direito a participar da triagem de candidatos.
Por mais que o desemprego tenha recuado no segundo trimestre deste ano, o País ainda tem 3,347 milhões de pessoas em busca de emprego há dois anos ou mais, segundo os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
A expectativa é oferecer 5,2 mil postos de trabalho neste mutirão, incluindo vagas temporárias de fim de ano. Entre as 42 empresas que participam estão Grupo Pão de Açúcar, Carrefour, Dia e Atento.
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Há vagas no comércio, como caixa de supermercado e repositor de produtos, e no setor de serviços, como conserto de carros, limpeza e portaria. A média dos salários é de R$ 1,5 mil. A expectativa dos organizadores é atender 1,5 mil pessoas por dia até a próxima sexta-feira, 20, com distribuição de senhas a partir das 8 horas.
A maioria dos candidatos perdeu o emprego quando a antiga empresa precisou
cortar gastos.
José Roberto Domingos, de 50 anos, foi quem começou a fila às 13h40 de segunda-feira. O ex-segurança estava distribuindo currículos pelo centro de São Paulo e, prestes a pegar o metrô Anhangabaú para voltar para casa, em Parada de Taipas, na zona norte, decidiu passar no Sindicato dos Comerciários, a poucos passos do metrô, para se informar sobre o novo
mutirão.
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Ao descobrir que seria logo no dia seguinte, resolveu ficar para tentar a primeira vaga fixa desde maio de 2018, quando um corte de gastos atingiu seu emprego e passou a vender água na rua. Perguntado como faria para passar a madrugada, respondeu: "Na fé e perseverança".
Vania Lucia da Silva, de 53 anos, e Isamar Silva Cruz, de 30, são amigas de mutirão desde março deste ano, quando se conheceram no feirão de emprego que reuniu cerca de 15 mil pessoas no Vale do Anhangabaú.
"Estou me sentindo até em um hotel cinco estrelas", disse Vania sobre o fato de, desta vez, haver um toldo de proteção contra o sol e uma grade para organizar a fila de candidatos. Ela, que era auxiliar de cozinha em uma creche até o último mês de agosto, disse que levava cerca de R$ 2 na carteira para tomar um café durante a madrugada e esperava encontrar uma vaga na área de serviços
gerais.
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Isamar, que está há 10 meses à procura de emprego, levou um lençol para aguentar a espera. A fábrica de brinquedos em Guarulhos onde trabalhava como auxiliar de produção demitiu 30 trabalhadores e desde então não tem trabalho fixo. Agora, busca um posto de ajudante-geral.
(EC)
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