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Desde julho do ano passado, os clientes da Enel já pagam cerca de 4,23% mais caro nas faturas | /Ronny Santos/Folhapress
O ano mal começou e milhares de famílias ainda estão tentando colocar em dia as contas de 2020. Enquanto se organizam para quitar os débitos pendentes, já tiveram que se deparar com aumento de serviços básicos como energia, alimentos e gasolina. As cobranças de energia elétrica são as principais reclamações dos consumidores da Enel, distribuidora de energia que atende a Capital e a região metropolitana de São Paulo. Em um período de pandemia, que afetou diretamente o orçamento, as famílias não estão conseguindo pagar o alto valor cobrado nas contas de luz.
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Em abril do ano passado, a Enel suspendeu a leitura presencial dos medidores e realizou a cobrança através de uma média de consumo dos últimos 12 meses. Porém, o método gerou muita confusão entre os consumidores e muitos tiveram que parcelar as contas para não ficar às escuras. Com o parcelamento, juntou as faturas antigas com as atuais. “Desde o ano passado não conseguimos entender as cobrança. Estou tentando colocar em dia as minhas faturas do ano passado. Valores sempre abusivos. Não tenho TV em casa e passo o dia todo fora, e mesmo assim minha cobrança chegou em R$ 400”, disse Rosilene Vieira Nobre, moradora da região central da Capital.
A empreendedora Thanna Costa também tenta entender os valores abusivos. " O valor médio das contas era abaixo de R$ 100 e fui surpreendida em dezembro com a conta no valor de R$ 180. Sem condições. Ainda mais agora sem o auxílio não consegui pagar e a Enel informou que não tenho direito à negociação", disse a autônoma que mora no bairro Penha de França, zona leste de São Paulo.
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OUTRAS REPORTAGENS.
No mês anterior, a distribuidora também havia sido pauta de reportagem da Gazeta que mostrou que o valor da fatura chegou a quadruplicar. “Venho tentando resolver com a Enel a cobrança abusiva que eles estão cobrando, porém, sem sucesso. A última conta que paguei foi a de março no valor de R$ 136,93, após essa conta não foi gerado mais nenhuma. Passou o mês de abril, maio, junho e no final do mês passado apareceu uma conta no valor de R$ 735,83 com vencimento para dia 7 de julho”, reclamou Vanessa Iris Amaral. A diferença no valor é de mais de 400%.
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Em nota enviada à Gazeta nesta quarta-feira, a Enel disse que segue parcelando as cobranças de energia e que a medida é para auxiliar os consumidores. “Para auxiliar os clientes nesse momento, a Enel Distribuição São Paulo está oferecendo parcelamento dos débitos em até 10 vezes, na própria fatura ou no cartão de crédito. Para realizarem a negociação, os clientes podem acessar o Portal de Negociação, o Aplicativo Enel São Paulo ou a Central de Atendimento (0800 72 72 120). Os mesmos canais podem ser utilizados para registrar solicitações de revisão das faturas”.
Ainda de acordo com a distribuidora, o fornecimento de energia pode ser interrompido a partir de 45 dias após o vencimento da fatura. O número de famílias inadimplentes não foi divulgado.
REAJUSTE NOS VALORES
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As tarifas entraram em vigor no dia 4 de julho. Para o setor industrial, chamados de consumidores conectados à alta tensão, o reajuste autorizado foi de 6%, e para a baixa tensão, a alta foi de 3,58%.
Segundo a Aneel, o que mais impactou o aumento em São Paulo foram a compra de energia da Hidrelétrica de Itaipu, que é cotada em dólar, e os custos de transmissão de energia.
INADIMPLÊNCIA
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Em meio à crise na economia causada pela pandemia, as famílias encerraram 2020 com maior patamar de endividamento em dez anos segundo leitura da Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A organização divulgou no fim de janeiro deste ano o resultado anual da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
No levantamento, a média anual das famílias pesquisadas que se declararam endividadas ficou em 66,5%, acima de 2019 (63,6%) e maior da série iniciada em 2010.
Também bateram recordes os indicadores de inadimplência da pesquisa. As famílias endividadas que declararam contas em atraso contaram com parcela de 25,5% na pesquisa, acima de 2019 (24%) e também a maior fatia da série histórica. Já as inadimplentes que declararam sem condição de quitar débitos ficou em 11% em 2020 e 9,6% em 2019.
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