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Cotidiano

Desapropriação assusta comerciantes

AVENIDA SANTO AMARO. Prefeitura de São Paulo quer desapropriar imóvel na Vila Nova Conceição para a construção de uma praça

08/05/2019 às 01:00

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Reinaldo: 'Só peço que alguém procure a gente para falar como vai ser a desapropriação'

Reinaldo: 'Só peço que alguém procure a gente para falar como vai ser a desapropriação' | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo

A iminência do início de um processo de desapropriação da Prefeitura de São Paulo em um edifício na altura do número 1204 da avenida Santo Amaro, na Vila Nova Conceição, zona sul, está causando preocupação a comerciantes e moradores do quarteirão. De acordo com pessoas ouvidas pela Gazeta, um oficial de Justiça e técnicos da prefeitura foram ao local na semana passada e avisaram que a qualquer momento todo mundo terá que achar um outro lugar para trabalhar e viver. A intenção da gestão municipal seria a de alargar uma faixa da via e criar uma praça no lugar do prédio, que é um misto de comercial e residencial. Não foi dado prazo.

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"Ele [um funcionário da prefeitura] só disse que, depois de avisar oficialmente, teremos 30 dias para sair do imóvel", explica Reinaldo Lopes, dono de uma lanchonete. O pequeno comerciante reclama, principalmente, da falta de transparência da prefeitura. "Eu só peço que alguém procure a gente para falar como vai ser a desapropriação. Até agora a prefeitura procurou só o proprietário. Os inquilinos estão jogados à traça. Por enquanto só veio um encarregado de obras", conta.

Sem saber quando será obrigado a sair da lanchonete, que comanda há 6 anos, Lopes está preocupado com o futuro. "Não tenho condições de mudar em um mês. Preciso no mínimo de 90 a 120 dias para achar outro ponto, fazer a reforma, pagar funcionários. Um aluguel novo vai ficar muito mais caro, além de ter todo o transtorno da mudança".

Outro proprietário que se diz desesperado com a situação é Eder Alessandro Bareicha. Empolgado com o ponto em frente a uma unidade da universidade FMU, o microempresário diz ter investido
R$ 300 mil há cerca de um ano para reformar a cozinha, a área interna e a fachada. Ele conta que fez um contrato com a imobiliária até 2023.

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"Vou para onde? Como vou indenizar os 12 funcionários, todos pais de família? Todo mundo vai ter que ir embora como se fosse cachorro? Tudo o que coloquei aqui foi no cartão e nem terminei de pagar. Não sei o que faço. Chego para trabalhar todo dia muito
desanimado".

O seu desalento é o mesmo dos sócios Douglas Lima e Fernando Silva, que comandam uma bomboniere e uma sorveteria no quarteirão. "Não é fácil fechar uma loja e abrir em 30 dias em outro lugar. Os moradores não conseguem uma nova casa em 30 dias. A sensação é muito ruim. Estamos perdidos", explica Lima.

Em nota, a SPObras informou que as desapropriações foram anunciadas há mais de quatro anos e que os trâmites estão seguindo o ritual legal. Afirmou também que só serão desocupados os imóveis para os quais a prefeitura já depositou a indenização em juízo.

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"Além de praça, as áreas desapropriadas serão utilizadas para melhoria viária, com implantação de retorno/acesso à rua Afonso Braz", diz a nota. (Bruno Hoffmann)

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