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Cotidiano

Desemprego recua para 9,3% no 2º trimestre e atinge 10,1 milhões no Brasil

É o menor patamar para o período desde 2015 (8,4%), quando a economia atravessava recessão

Natália Brito

29/07/2022 às 10:02  atualizado em 29/07/2022 às 10:05

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Desemprego aumentou no período de Pandemia

Desemprego aumentou no período de Pandemia | Fabrício Costa/Futura Press/Folhapress

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,3% no segundo trimestre de 2022, informou nesta sexta-feira (29) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o menor patamar para o período desde 2015 (8,4%), quando a economia atravessava recessão.

O resultado veio em linha com as projeções do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam 9,3% na mediana.

A taxa estava em 11,1% no primeiro trimestre, período mais recente da série comparável. No trimestre móvel de março a maio deste ano, o indicador já havia ficado abaixo de 10%, estimado em 9,8%.

O número de desempregados, por sua vez, recuou para 10,1 milhões no segundo trimestre. O contingente estava em 11,9 milhões nos três meses iniciais de 2022.

"A retração da taxa de desocupação no segundo trimestre segue movimento já observado em outros anos. Em 2022, contudo, a queda mais acentuada dessa taxa foi provocada pelo avanço significativo da população ocupada em relação ao primeiro trimestre", afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.

Pelas estatísticas oficiais, a população desempregada reúne quem está sem trabalho e segue à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra nesse cálculo.

Os dados divulgados pelo IBGE integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, são avaliados desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

RENDA CAI 5,1% EM UM ANO

Mesmo com a redução do desemprego, a renda média dos brasileiros ainda dá sinais de fragilidade. No segundo trimestre, o rendimento habitual do trabalho foi estimado em R$ 2.652. O valor representa relativa estabilidade em relação aos três meses imediatamente anteriores (R$ 2.625), conforme o IBGE.

Contudo, na comparação com o segundo trimestre de 2021, houve queda de 5,1%. À época, a renda média era de R$ 2.794.

Após o baque gerado pela pandemia, o mercado de trabalho tenta se recuperar no Brasil. Segundo a Pnad, o número de desocupados chegou a romper a faixa dos 15 milhões no começo de 2021, sob efeito da crise sanitária.

Com a derrubada de restrições e a reabertura da economia, houve um processo de retorno ao trabalho, e o desemprego passou a ceder.

A criação de vagas, contudo, foi marcada pelo tombo na renda média dos trabalhadores. A disparada da inflação é apontada como uma das questões responsáveis pelos salários mais enxutos.

Conforme analistas, a recuperação do emprego encontra riscos no cenário dos próximos meses. Inflação ainda elevada, juros maiores e incertezas da corrida eleitoral ameaçam afetar a atividade econômica no segundo semestre e, consequentemente, a geração de postos de trabalho.

Pressionado, o governo Jair Bolsonaro (PL) tenta estimular a economia por meio da liberação de recursos adicionais às vésperas das eleições.

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