Detran reage após alta de mortes entre jovens motociclistas em SP

O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) lança a campanha de conscientização “Não corra. A velocidade não perdoa” que entra em circulação nesta quarta-feira (1º/10). A iniciativa é uma resposta ao cenário de segurança viária do Estado.

Em 2024, foram registradas 2.630 mortes no trânsito, um aumento de 12% em relação a 2023. A campanha tem como foco os motociclistas, escolhidos como público-alvo por representarem 43% das fatalidades no trânsito.

O Detran indica que a maioria das vítimas são homens em torno dos 24 anos. Segundo a autarquia, 38% dos acidentes fatais com motociclistas não envolvem outros veículos.

Para mitigar os acidentes fatais, recentemente, o Governo do Estado de São Paulo, em conjunto com o Detran, lançou um plano para reduzir as mortes no trânsito. O projeto foi anunciado na abertura da Semana Nacional de Trânsito (SNT) no dia 18 de setembro.

Fator causador

Com frequência, o fator causador dos acidentes, que não envolvem outros veículos, é o excesso de velocidade em motocicletas. O departamento estima que, em 2024, os acidentes causaram uma perda de produtividade superior a R$ 3,3 bilhões.

A peça publicitária se baseou em testes com o público-alvo de motociclistas. Os resultados comprovam que os condutores reconhecem os riscos de pilotar em alta velocidade, mas se consideram atraídos pela adrenalina.

“Os dados mostram que precisamos agir. Esta campanha não é apenas para informar, é para provocar uma mudança real de comportamento, mostrando que a escolha de acelerar tem consequências irreversíveis”, diz Roberta Mantovani, diretora de Segurança Viária do Detran-SP.

A campanha busca desconstruir a ideia de que acelerar é uma atitude aceitável, focando nas abordagens de maior impacto: o sentimento de culpa por ferir outra pessoa e a dor causada à família. O formato de depoimentos reais foi o mais relevante e eficaz.

Objetivo da peça

O objetivo da campanha é aumentar o respeito dos motociclistas aos limites de velocidade. Para isso, a comunicação será veiculada de forma massiva durante quatro a seis semanas, buscando atingir 70% da população ao menos uma vez e 60% ao menos três vezes.

Para maximizar o impacto, a veiculação das peças será alinhada às operações de fiscalização intensificadas em todo o Estado, para coibir comportamentos de risco e aumentar a percepção da fiscalização.