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Os governos de Estados Unidos e Rússia confirmaram na sexta-feira (2) a saída do tratado de desarmamento nuclear INF, assinado em 1987, ao final da Guerra Fria.
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A retirada dos dois países na prática acaba com o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), que proibia o uso de mísseis com alcance entre 500 e 5.500 km. Com isso, os dois países ficam legalmente livres para produzir esse tipo de armamento.
"A retirada dos Estados Unidos conforme o artigo 15 do tratado tem efeito hoje porque a Rússia não retornou ao respeito total e verificado [do pacto]", afirma em um comunicado o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que está em Bancoc, onde acompanha uma reunião de países do sudeste asiático. "A Rússia é a única responsável pelo fim do tratado", disse.
Pompeo também disse que os EUA "buscam uma nova era de controle de armas, que vá mais além dos tratados bilaterais do passado" e pediu à China que se una às conversas.
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Alguns minutos antes, a Rússia anunciou o fim do tratado "por iniciativa dos Estados Unidos".
O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, afirmou que seu país propôs aos Estados Unidos uma moratória na instalação de armas nucleares, mas não houve acordo até agora.
Na sexta, o Reino Unido e a Polônia também culparam Moscou. "A Rússia causou o colapso do tratado por desenvolver secretamente um sistema de mísseis que pode atingir alvos nas capitais europeias", disse Dominic Raab, secretário de Relações Exteriores do Reino Unido.
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Para o Ministério das Relações Exteriores da Polônia, a falta de compromisso da Rússia "deixou os Estados Unidos sem escolha".
DESMONTE GRADUAL.
O INF vinha sendo desmontado nos últimos anos. Em 2013, a administração Obama acusou a Rússia de descumpri-lo, ao fazer testes ocultos com um míssil. Nos anos seguintes, surgiram novas acusações de testes russos com armas capazes de atingir alvos a até 1.500 km. O governo de Vladimir Putin sempre negou o descumprimento.
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O principal ponto de discórdia foi um novo míssil de cruzeiro desenvolvido pela Rússia, o 9M729. O governo americano afirma que a arma fere o INF, pois seria capaz de atingir alvos a até 1.500 km. A Rússia diz que seu alcance é bem menor, e estaria dentro das regras. Em 31 de janeiro, os EUA anunciaram que sairiam do acordo em seis meses, caso a Rússia não mudasse de postura. Três dias depois, Moscou também anunciou que deixaria o tratado, acusou os EUA de descumprir as regras e avisou que seguiria trabalhando para criar novos mísseis, inclusive de capacidade hipersônica.
(FP)
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