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Cotidiano

França diz que se mantém como terceira via em SP após participar de ato de Lula

Prometendo alterações na Segurança Pública, o ex-governador reiterou sua pré-candidatura ao Palácio dos Bandeirantes

09/05/2022 às 12:21  atualizado em 09/05/2022 às 13:03

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Marcio França

Marcio França | Eduardo Knapp/Folhapress

O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) declarou que sua candidatura representa a terceira via na corrida pelo governo paulista em outubro. A afirmação seria uma tentativa de se distanciar da polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL) na disputa pela Presidência da República. França, no entanto, foi um dos principais articuladores para a entrada de Geraldo Alckmin, agora também do PSB, na chapa de Lula. Ele participou neste sábado (7) do evento de oficialização da pré-candidatura do petista às eleições.

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"Tem o candidato do (ex-governador João) Doria (PSDB), que é o (atual governador) Rodrigo Garcia (União Brasil), tem o candidato do Bolsonaro, que é o (ex-ministro) Tarcísio (de Freitas, Republicanos) e tem o do Lula, que é o (Fernando) Haddad (PT). Tenho ficado como um candidato sem apoio de presidente, claro que tenho o apoio do Alckmin, mas ele não é candidato a presidente. Continuamos conversando com o PT, mas o mais provável é que tenhamos essas quatro candidaturas. São ideias diferentes, cada um representa um padrinho, mas no caso eu não tenho padrinho. O Brasil tentou encontrar uma terceira via, não encontrou, mas São Paulo encontrou. Eu me relaciono tanto com pessoas ligadas ao Bolsonaro quanto ao Lula, apenas por uma questão ideológica, vou apoiar Lula porque meu partido vai apoiar a candidatura de Lula", declarou França em entrevista à rádio Band News.

Com a afirmação, França faz discurso similar ao que foi apresentado na semana passada por seu adversário, Fernando Haddad (PT). Até o momento, ambos descartam possibilidade de aliança com outros pré-candidatos considerados fortes nas pesquisas eleitorais. Haddad lidera a intenções de votos para o governo de SP segundo pesquisa encomendada pela Gazeta de S. Paulo.

França, que foi governador em São Paulo por oito meses quando Alckmin deixou o cargo para disputar a Presidência em 2018, criticou o governo Doria (PSDB) destacando aumento de impostos ocorrido durante a pandemia e empobrecimento da população. 

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"Todos os impostos foram aumentados pelo Doria, exceto o do querosene de avião, ele acha que todo mundo anda de avião. Não houve ajuda específica para empresários, o ICMS de veículo usado teve aumento em mais de 200%, É preciso reduzir a carga tributária de São Paulo. Por que carne está esse absurdo? Entre outras coisas porque passou a se tributar a carne, que nunca tinha sido. A geração de empregos será a prioridade número um e vamos fazer tudo diferente do que foi feito, estamos perdendo empresas", enfatizou.

Após falar da economia paulista, o pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes disse que quer retomar o projeto criado por ele, no qual jovens são acompanhados por policiais militares. Além disso, afirmou que pretende retirar a Polícia Civil da Secretaria de Segurança Pública, se for eleito.

"Nós seguimos insistindo em uma coisa que não está funcionando, os índices de criminalidade aumentaram. Nossa proposta é separar as polícias para aumentar o orçamento. A Polícia Civil tem um orçamento baixo e é uma polícia investigativa que deveria ter uma carreira jurídica. A PM deveria ser preventiva. Por isso, o programa de alistamento civil. Em vez de punir, incentivamos os jovens a ter uma função. A PM deixa de fazer só repressão para fazer instrução desses jovens. E a polícia penal, que hoje cuida dos presídios, fazemos uma operação delegada e ela passa a atender ocorrências de desinteligências", afirmou França.

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Ainda na sabatina com pré-candidatos ao governo paulista, França criticou o uso de câmeras de segurança nas fardas dos policiais, atribuindo a norma a invasão de privacidade.

"As câmeras devem continuar, mas não monitorando as 12 horas. Uma policial relatou o caso de ir ao banheiro, ela estava menstruada e a câmera gravando tudo. Os policiais, ao perseguir um bandido que foge entrando em uma casa, estão deixando de pular dentro da casa porque está cometendo invasão de privacidade. E, também, as câmeras foram doadas, mas o sistema é incorporado a uma nuvem que tem que guardar as imagens por cinco anos e esse sistema é vendido", defendeu.

Com relação à Cracolândia, o ex-governador do Estado disse que o problema carece de soluções de acolhimento, mas que também acredita na internação obrigatória dos dependentes químicos. "A solução custa caro, mas vamos pagar o preço que for necessário", explicou.

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Outro tema abordado na entrevista foi a área da saúde. França afirmou acreditar no aumento no horário de funcionamento das unidades de saúde, contratação de pessoal e organização com foco em impedir que medicamentos faltem à população.

"Com o dinheiro em caixa que o estado tem, não tem outra justificativa (para a falta de remédios) que não seja falta de organização. Hoje temos conflito em todas as áreas por conta da pandemia. É preciso abrir as unidades de saúde aos finais de semana e usar a telemedicina nos casos possíveis, além de implantar um padrão de atendimento completo de ponto a ponta".

Sobre educação, o candidato do PSB ao Executivo paulista fez uma das críticas mais contundentes ao governo Doria. 

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"Primeiro, aumentar a remuneração dos professores. Se temos uma arrecadação tão alta, como a gente tem uma remuneração que é metade do valor do Maranhão? Precisamos ter vagas nas creches, São Paulo evoluiu, mas o interior não. E o Doria acabou com a universidade virtual gratuita que eu tinha criado, com cursos gravados da Unesp, USP, alegando que o ensino remoto não era de qualidade. Aí veio a pandemia e todo mundo foi para o ensino remoto. Todo aluno que sai do ensino médio deve garantir vaga sem vestibular e de graça com aulas virtuais. Isso incentiva o jovem a continuar estudando", concluiu.

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