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Cotidiano

Glenn Greenwald diz que Moro cria clima de ameaça à imprensa

Bruno Hoffmann

12/07/2019 às 01:00

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O jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site "The Intercept Brasil", disse nesta quinta-feira no Senado que o ministro Sergio Moro (Justiça) cria no País um clima de ameaça à imprensa ao não esclarecer as notícias de que ele está sendo alvo de investigação pela Polícia Federal.

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O "Intercept" tem divulgado em seu site e em parcerias com outros veículos diálogos de Moro, quando juiz federal, e procuradores da Lava Jato, como Deltan Dallagnol.

"Sergio Moro foi perguntado várias vezes no Senado, na Câmara e por muitos jornais se ele está nos investigando ou tem planos de fazer algo contra nós, e ele nunca negou, do dia em que a notícia saiu até hoje, a investigação. Ele quer que pelo menos fiquemos com medo de estarmos sendo investigados", disse o jornalista em sua fala inicial na audiência pública na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

Glenn disse não ter medo e que seu site continuaria publicando reportagens sobre as trocas de mensagens.

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"O clima que o ministro da Justiça está tentando criar, acho que isso é uma ameaça a uma imprensa livre. Está tentando fazer isso de propósito para assustar a gente. Não vai funcionar, mas é uma ameaça muito grave", disse o
jornalista.

Moro também estaria no Senado nesta manhã, em uma audiência pública da Comissão de Relações Exteriores sobre violência que acomete as mulheres nas regiões fronteiriças. Seu nome constava na lista de participantes até a noite de quarta-feira (10).

A assessoria de imprensa do ministro havia informado que Moro não participaria da reunião. A agenda oficial do Ministério da Justiça informa que Moro tinha quatro compromissos nesta manhã, todos na sede da pasta.

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Na audiência no Senado, Glenn Greenwald disse que, em 2014, quando divulgou o vazamento dos documentos do ex-agente da Agência Nacional de Segurança Edward Snowden, não foi acusado de nada nem foi alvo de investigação pelo governo dos Estados Unidos.

Ele e sua equipe conquistaram à época prêmio Pulitzer, na categoria serviço público. As reportagens foram publicadas nos jornais "The Guardian" e "The Washington Post". (FP)

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