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Bolsonaro indicou que a idade mínima para que mulheres se aposentar pode ser de 60 anos | /Antonio Cruz/Agência Brasil
Com o incômodo gerado por declaração de Jair Bolsonaro sobre mudança na reforma previdenciária, o Palácio do Planalto prepara um plano para limitar os comentários do presidente sobre o assunto. A ideia, defendida por integrantes das áreas econômica e militar, é que ele comente em público apenas aspectos sociais ou pouco sensíveis da proposta, evitando pontos polêmicos que possam gerar mal-estar com o Poder
Legislativo.
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Em café da manhã com veículos de imprensa na quinta-feira (28), Bolsonaro indicou que a idade mínima para que mulheres tenham direito a se aposentar pode ser de 60 anos. No texto enviado, a previsão é de 62 anos.
Ele também disse que o modelo proposto para benefícios pagos a idosos carentes, o chamado BPC (Benefício de Prestação Continuada), também poderia ser discutido, além da fórmula de cálculo de pensão por morte, que reduz o valor a ser recebido.
Os recuos sinalizados por Bolsonaro irritaram o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é um dos grandes fiadores da proposta liberal, o que levou a equipe de governo a montar uma operação para conter os danos da declaração.
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Guedes e Maia foram surpreendidos pelas notícias, principalmente porque a tramitação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) mal começou. O texto foi apresentado na semana passada e ainda não começou a ser discutido pelo Poder Legislativo.
Segundo relatos feitos à "Folha de S.Paulo", o presidente, para evitar novos desconfortos, foi aconselhado a salientar a partir de agora que, apesar de a proposta ter sido formulada pelo Executivo, eventuais mudanças são um assunto do Congresso.
A equipe presidencial ainda pretende pautá-lo a focar suas manifestações públicas em apenas três ou quatro itens, que sejam consenso e não tenham discordâncias do conjunto de medidas que endurecem os critérios para o recebimento de aposentadorias.
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Apesar de ter 28 anos de experiência como deputado federal, o presidente cometeu um erro, na avaliação de integrantes do governo. Ele se precipitou e mostrou disposição a flexibilizar o texto, inclusive em pontos que não estavam no centro das discussões. A avaliação interna foi de que em um ambiente mais intimista, no caso um encontro com um grupo reduzido de jornalistas, o presidente "desarmou a guarda" e se permitiu manifestar-se publicamente sobre um assunto delicado. No Executivo e no Legislativo, o consenso é que o discurso do governo tem de ser alinhado ou há risco de a batalha da comunicação ser perdida e colocar em risco toda a proposta. (FP)
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