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Grupo que vive no Jaraguá diz que a prefeitura não tem condições de assumir saúde de indígenas | /Nelson Antoine/Folhapress
Indígenas da etnia guarani que vivem no Jaraguá, na zona norte da cidade de São Paulo, invadiram na manhã desta quarta-feira o saguão da sede da Prefeitura de São Paulo, no centro da capital paulista. O protesto é contra a municipalização da saúde indígena e o que chamam de "sucateamento" da Secretaria Especial da Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde.
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Segundo lideranças guarani, os povos indígenas correm risco de morte após o governo federal ter cortado o pagamento dos funcionários que prestam serviços de saúde. A ameaça estaria ligada à falta de pagamento às empresas que fornecem mantimentos básicos para o socorro médico às aldeias.
A ocupação começou por volta das 9h30, quando um grupo que cantava e dançava em frente ao prédio conseguiu entrar no local. Pintado e com instrumentos musicais, lanças e arco e flecha, ele chegou a se instalar no saguão do edifício.
A Guarda Civil Metropolitana (GCM) retirou o grupo. Segundo relatos, foi usado spray de pimenta e violência física. Os guardas que estavam na prefeitura negaram.
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O grupo conseguiu uma promessa de audiência na Secretaria da Saúde para discutir o tema. Antes da reunião, fez uma reza para "alcançar inspiração". Até o início da tarde desta quarta, a reunião não aconteceu. Os índios queriam a presença do prefeito Bruno Covas (PSDB), que estava em agenda externa. A decisão do grupo foi a de acampar em frente à prefeitura.
NOTA DO GRUPO.
Em nota, o grupo indígena disse que o ato "está incluído nas ações da Semana de Mobilização Nacional contra a municipalização da saúde Indígena e o sucateamento da SESAI- Secretaria Especial de Saúde Indigena, convocada pela APIB- Articulação dos Povos indígenas do Brasil".
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"Convênios com organizações civis não foram pagos; distritos sanitários estão sem medicamentos, transporte e vacinas. Indígenas em todo o país estão sem planos de assistência à saúde e, por isso, correm risco de morte. A ameaça está ligada à falta de pagamento do governo federal as empresas que fornecem mantimentos básicos para o socorro médico para as aldeias", diz o texto do grupo indígena.
A nota dos nativos continua: "Ocupando o Prédio da Prefeitura, o povo guarani exige que a prefeitura reconheça que o município não tem condições de assumir a oferta de uma saúde diferenciada aos povos indígenas, direito assegurado pela Constituição Federal. Vários atos semelhantes estão acontecendo em todo Brasil e o movimento indígena nacional, afirma que não recuarão enquanto o governo federal não mudar sua postura desrespeitosa em relação a saúde
indígena". (EC)
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