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Cotidiano

O lado emocional do câncer de mama que ainda é ignorado por muitos

'Quando a mulher recebe o diagnóstico é como se o chão desse uma balançada', diz especialista

Bruno Hoffmann

16/09/2025 às 10:00

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Rede de apoio desempenha papel essencial às mulheres

Rede de apoio desempenha papel essencial às mulheres | Engin Akyurt/Pexels

Daqui a cerca de 15 dias começa o Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização, prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. A psicoterapeuta Daniele Caetano alerta que o diagnóstico de câncer de mama afeta não somente o corpo, mas também a saúde mental das pacientes. Impacto que, segundo ela, ainda recebe pouca atenção.

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Medo, ansiedade, crises de choro e baixa autoestima são reações comuns que podem ser amenizadas com apoio psicológico, rede de apoio e práticas de autocuidado.

“Quando a mulher recebe o diagnóstico de câncer de mama, é como se o chão desse uma balançada. Vem medo de morrer, medo de perder a feminilidade, insegurança com o corpo. Muita gente também sente raiva, tristeza profunda e até uma sensação de ‘isso não pode estar acontecendo comigo’”, explicou a psicoterapeuta Daniele Caetano, fundadora da “Caminhos da Terapia” e da “Mentoria Bem Me Quero”.

Segundo a especialista, o medo e a ansiedade se manifestam como noites mal dormidas, pensamentos acelerados, crises de choro e até bloqueios que impedem a paciente de planejar o dia seguinte.

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“Uma das coisas que ajuda a dividir esse peso é conversar com alguém de confiança, procurar apoio psicológico e fazer respirações ou pequenas práticas que tragam presença para o corpo”, orientou.

Cuidado com a autoestima

Outro ponto delicado é a autoestima. “O tratamento mexe demais com a autoimagem: queda de cabelo, cicatrizes, alterações no corpo. É duro. Mas aí entram recursos como terapia, grupos de apoio, oficinas de autocuidado, maquiagem, lenços, perucas, tatuagens sobre cicatriz, além de resgatar talentos e coisas que façam a mulher se sentir bonita e viva além da aparência”, continuou Daniele.

Nesse processo, a rede de apoio desempenha papel essencial.

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“A família, os amigos, até colegas de trabalho podem ser um abraço invisível nesse processo. Não é sobre resolver tudo, mas sobre estar presente: oferecer companhia para consultas, mandar uma mensagem carinhosa, respeitar o tempo da paciente. Esse suporte reduz o peso emocional gigante”.

Acolher sem invadir

Acolher sem invadir também é um cuidado importante. “O segredo é escuta. Perguntar: ‘O que você precisa de mim hoje?’ ao invés de sair dando opinião ou frases prontas tipo ‘vai dar tudo certo’. Às vezes a pessoa só quer chorar em silêncio e ter alguém do lado. É presença com respeito”, orienta Daniele.

No contexto do Outubro Rosa, ela reforça que a campanha não deve se limitar à prevenção e ao diagnóstico precoce.

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“Todo mundo fala de prevenção, exames e diagnóstico precoce que é super importante. Mas pouca gente lembra que a cabeça e o coração também adoecem junto. Trazer essa conversa da saúde mental é essencial para mostrar que o cuidado não é só com o corpo, mas com a vida inteira da mulher”.

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