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Cotidiano

Marielle ganha estátua no centro do Rio de Janeiro

Uma estátua de Marielle Franco será inaugurada nesta quarta-feira (27) no local onde ela prestava contas sobre seu mandato na Câmara Municipal

Natália Brito

26/07/2022 às 12:51  atualizado em 26/07/2022 às 12:54

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Marielle Franco

Marielle Franco | Renan Olaz - Câmara municipal do RJ

 Uma estátua de Marielle Franco será inaugurada nesta quarta-feira (27) no Buraco do Lume, centro do Rio de Janeiro, local onde ela prestava contas sobre seu mandato na Câmara Municipal.

A homenagem acontecerá no dia do aniversário de 43 anos da vereadora, morta em 14 de março de 2018 junto ao motorista Anderson Gomes após um ataque ao carro onde eles estavam.

"O Buraco do Lume, na Praça Mário Lago, centro do Rio de Janeiro e local onde milhares de pessoas passam diariamente indo e voltando do trabalho, era o lugar onde Marielle ia toda sexta-feira para prestar contas sobre a sua atuação enquanto vereadora e presidenta da Câmara Municipal", diz um texto de divulgação do Instituto Marielle Franco, criado pela irmã da vereadora, Anielle Franco.

A estátua de bronze é em tamanho real, com 1 metro e 75 centímetros, e foi feita pelo artista plástico Edgard Duvivier, pai do humorista Gregório Duvivier.

Os fundos foram arrecadados pelo Instituto Marielle Franco por meio de uma vaquinha virtual -que atingiu a meta de R$ 50 mil -e a obra foi supervisionada pela família da vereadora ao longo do processo.

Na inauguração, também haverá uma missa na Igreja Nossa Senhora do Parto, uma aula pública, um show e um slam dedicado à Marielle, segundo a programação oficial da homenagem.

QUEM ERA MARIELLE FRANCO

Feminista, negra, mãe e cria da favela da Maré. Era dessa forma que a vereadora Marielle Franco se definia.

Marielle morreu aos 38 anos, no mesmo dia em que se comemora o aniversário da escritora Carolina Maria de Jesus, uma das muitas mulheres negras que faziam parte de suas inspirações e da qual lembrou durante sua última atividade política. Ela deixou uma filha de 20 anos.

O início de sua militância por direitos humanos tem um fator em comum com o fim de sua vida: a violência. Logo após ingressar em um pré-vestibular comunitário, ela perdeu uma amiga, vítima de bala perdida, em um tiroteio entre policiais e traficantes no Complexo da Maré, conjunto de favelas na zona norte da capital fluminense.

O cursinho foi o começo de sua carreira acadêmica, que a levou a ser socióloga e, depois, mestre em Administração Pública.

A militância foi o que lhe garantiu os 46.502 votos que a tornaram a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro em 2016.

Antes da Câmara, ela trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré. Além disso, coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), ao lado do atual então deputado estadual Marcelo Freixo, à época também do PSOL.

Em 28 de fevereiro de 2018, assumiu a relatoria da comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, e se posicionou, desde o início, contra a medida.

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