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Cotidiano
crise no governo. Bolsonaro não repreende o filho e crise com Mourão continua; vice tem sido criticado por Carlos Bolsonaro
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Vice-presidente da República, general Hamilton Mourão rebateu as críticas feitas à classe militar | /José Cruz/Agência Brasil
As críticas do vereador Carlos Bolsonaro ao vice- presidente, general Hamilton Mourão, continuam sem que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) repreenda o filho. Na segunda-feira, Carlos defendeu o professor Olavo de Carvalho, depois de Mourão ter o contra-atacado. Olavo é o guru do entorno ideológico do presidente. Bolsonaro havia publicado no canal oficial do YouTube um vídeo em que o escritor, radicado na Virgínia (EUA), critica os militares e novos políticos aliados do presidente, mas após a repercussão negativa Bolsonaro excluiu o vídeo. Carlos também replicou a publicação.
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O desconforto gerado pelo vídeo levou Bolsonaro a criticar na segunda-feira, pela primeira vez, declarações de Olavo de Carvalho. O recuo, porém, não alterou a avaliação de militares sobre a tentativa de Bolsonaro de atingir Mourão - segundo oficiais ouvidos pela reportagem, ele e seus filhos alimentam uma "paranoia" sobre as intenções do vice-presidente. O problema, apontam os generais que atuam como bombeiros no episódio, é que o presidente se recusou a incluir o filho vereador pelo PSC carioca na leve reprimenda que fez ao escritor Olavo de Carvalho, pelo vídeo em que Mourão e os militares são criticados.
Já nesta terça-feira, pelas redes sociais, Carlos voltou a criticar o vice-presidente, agora por esse ter aceitado um convite elogioso para palestrar nos EUA duas semanas atrás. Carlos afirmou que, "se não visse, não acreditaria que [Mourão] aceitou com tais termos" a proposta feita pelo Wilson Center, tradicional ambiente de estudos e palco de palestras de diferentes campos políticos.
"Já que dessa vez não se trata de curtida, vamos ver como alguns irão reclamar. Ainda há muito mais. Esse jogo está muito claro", disse Carlos, na mesma publicação.
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O convite, de 9 de abril, apontava o vice como "uma voz de razão e moderação, capaz de orientar a direção em assuntos nacionais e internacionais". Procurado, o Wilson Center disse que "os termos do convite foram aceitos pelo convidado", mas não quis se estender sobre o teor dos comentários do filho do presidente.
O convite do Wilson Center expôs brevemente sua visão sobre os cem primeiros dias de mandato de Bolsonaro, "marcados por paralisia política, em grande parte devido às crises sucessivas geradas pelo círculo próximo ao presidente, se não por ele próprio". Carlos voltou às redes no final da manhã para de novo atacar Mourão. Ele publicou um vídeo em que o vice comenta que a população civil venezuelana, que é, segundo Mourão, oposição ao ditador Nicolás Maduro, "tem que estar" desarmada como está porque senão haveria uma guerra civil no país, "o que seria horrível para o hemisfério". "Quando a única coisa que lhe resta é o último suspiro de vida, surgem essas pérolas que mostram muito mais do que palavras ao vento, mas algo que já acontece há muito. O quanto querer ser livre e independente parece ser a maior crueldade para alguns", escreveu Carlos.
Mourão, respaldado pela ala militar do governo, posiciona-se contra uma intervenção na Venezuela para pôr fim ao regime, em contraste com a ala ideológica, cujo discurso conota simpatia por medidas internacionais diretas e duras no país. (FP)
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