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A primeira medida a ser tomada no âmbito da investigação aberta pelo Ministério Público para apurar a suspeita de "rachadinha" no gabinete do deputado estadual Gil Diniz, líder do PSL na Assembleia de São Paulo, é o depoimento de Alexandre Junqueira, ex-servidor que denunciou o esquema.
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O caso foi revelado pelo jornal "Folha de S.Paulo".
Gil é o braço direito da família do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em São Paulo. É próximo de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e dirigia com ele o diretório estadual do partido até quinta-feira (17), quando foram destituídos em meio ao racha no PSL.
Na terça (15), Junqueira, que trabalhou no gabinete de Gil de 18 de março a 31 de julho, entregou ao Ministério Público de São Paulo um documento de duas páginas, no qual afirma que recebeu a proposta de devolver ao deputado parte do seu salário e eventuais gratificações
recebidas.
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"Presenciei por vezes a circulação de dinheiro em espécie e o pagamento de diversas contas particulares com esse dinheiro oriundo da rachadinha", escreveu.
A acusação de que o deputado tomava parte do dinheiro dos seus funcionários, prática conhecida como "rachadinha", é a mesma que recai sobre o senador Flávio Bolsonaro (PSL- RJ) na investigação que envolve a movimentação financeira de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, na Assembleia do Rio. Junqueira afirma que, 14 dias após ser nomeado assessor especial parlamentar, já recusou o esquema e, por isso, foi sugerido a ele o cargo de motorista. Como também recusou, relata que foi punido e permaneceu em casa durante quatro meses sem trabalhar - ainda que quisesse.
O ex-assessor recebeu
R$ 12 mil líquidos em seu último salário. Junqueira, conhecido como Carioca de Suzano, se aproximou de Eduardo Bolsonaro por meio dos vídeos que postava na internet e trabalhou nas campanhas do filho do presidente e de Gil.
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Assim como Gil, passou a ter acesso a família Bolsonaro e chegou a passar o Ano Novo com eles na Granja do Torto, em Brasília, na véspera da posse presidencial neste ano.
Em suas redes sociais, Junqueira fazia declarações veladas de que iria revelar algo contra Gil desde a semana passada. Gil contesta a versão do ex-servidor. Diz que ele foi demitido por não se adaptar ao serviço parlamentar e que Junqueira trabalhava em Suzano - os funcionários dos deputados podem trabalhar em escritórios políticos estabelecidos em outras cidades.
O deputado reuniu publicações em redes sociais que mostram Junqueira o representando em eventos na região no período em que o ex-assessor diz que estava afastado e impedido de trabalhar. Gil afirma tratar-se de uma retaliação pela demissão e que a acusação visa atingir a família Bolsonaro. (FP)
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