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Cotidiano

MP vai investigar reforma no Palácio dos Bandeirantes

sede do governo. Doria modificou ambientes e teria gasto de R$ 1,1 milhão em reformas e redecoração

Bruno Hoffmann

06/04/2019 às 01:00

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Salas da sede do governo paulista foram pintadas de preto fosco, e há um piso preto e paredes cinzas

Salas da sede do governo paulista foram pintadas de preto fosco, e há um piso preto e paredes cinzas | /Reprodução Facebook

O Ministério Público de São Paulo instaurou na quinta-feira um inquérito civil para investigar a reforma feita pelo governador João Doria (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes, a sede do governo paulista.

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Doria modificou ambientes como a Sala dos Pratos e a Sala dos Despachos, que tinham piso de madeira lustrosa, lambris de madeira e as paredes claras. Agora as estruturas de madeira foram pintadas de preto fosco, há um piso preto e as paredes são cinzas. O governador também pintou de preto uma mesa de tábuas.

A 1ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da Capital quer apurar se as modificações causaram dano ao patrimônio público de interesse histórico e se houve consulta a órgãos preservacionistas antes da reforma.

O caso também foi enviado à Promotoria de Justiça de Patrimônio Público para que analise medidas cabíveis em relação ao gasto de R$ 1,1 milhão "em reformas e ações de redecoração desnecessárias", segundo o promotor de Justiça Carlos Henrique Prestes Camargo.

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O dano ao patrimônio público, se comprovado, pode ensejar uma ação de improbidade administrativa.

O Ministério Público pediu que o governo envie, em 30 dias, quais foram as reformas e ações de redecoração feitas. "Deve também ser informado se essas ações de remodelação foram autorizadas pelos órgãos preservacionistas e se existe a intenção do governo do estado de alugar áreas do Palácio dos Bandeirantes para a realização de eventos privados", diz a portaria que instaura o inquérito.

O governo não informou quais áreas exatamente foram modificadas e nem o valor gasto - informação divulgada posteriormente. O governo manifestou, no entanto, a intenção de alugar salões e auditórios do Bandeirantes que hoje são usados para reuniões - o que também motivou a reforma. A renda será revertida para o Fundo Social São Paulo.

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O documento que instaura a investigação fala em apurar "eventuais danos ao patrimônio público de interesse histórico, com a remodelação e redecoração do Palácio dos Bandeirantes, com descaraterização de móveis de madeira de lei, pisos e adornos, que foram pintados com tinta preta, inclusive brasões do estado de São Paulo".

O Palácio dos Bandeirantes tem a fachada tombada, ou seja, não é tombado na parte interna, mas o Ministério Público considera que os bens modificados possuem interesse histórico e artístico. Segundo o promotor, a "construção do Palácio dos Bandeirantes trouxe inúmeras inovações arquitetônicas trazidas da Europa" e "a maioria dos materiais e mobiliário tem enorme valor histórico e artístico".

O promotor solicitou informações a Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) e Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) sobre a necessidade de consultá-los sobre a reforma e se isso foi feito. (FP)

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