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O empresário Eike Batista foi preso nesta quinta-feira durante a Operação Segredo de Midas | /Adriano Ishibashi/FramePhoto/Folhapress
O Ministério Público Federal investiga a atuação do empresário Eike Batista no mercado de bitcoins, como são chamadas as moedas digitais. A investigação começou nesta quinta-feira durante a deflagração da Operação Segredo de Midas, que prendeu temporariamente o
empresário.
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Os procuradores encontraram na casa do empresário anotações fazendo referência ao comércio de bitcoins em nome de Flávia Sampaio, mulher de Eike. O manuscrito inclui login e senha de uma conta na Apple e na Bitcoin Trade, plataforma de transação das moedas digitais.
"Embora a esposa do investigado, sra. Flávia, não esteja sendo investigada, é bem possível, dado o indício de comércio de meio tão usual de lavagem de ativos, que o investigado esteja usando o nome e a conta da esposa para garantir a ocultação de valores produto ou proveito de crimes", escreveu o Ministério Público Federal. O juiz Marcelo Bretas autorizou o uso das senhas para acesso às informações.
Eike é suspeito de atuar num esquema de manipulação de mercado e lavagem de dinheiro. A operação é fruto da delação premiada do banqueiro Eduardo Plass, dono do TAG Bank, do Panamá.
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Bretas autorizou ainda a prisão preventiva de Luiz Andrade Correia, apontado como funcionário de Eike, e busca e apreensão em endereços ligados aos filhos do empresário, Thor e Orlin.
De acordo com o Ministério Público Federal, Eike e Correia usavam uma empresa de Plass (TAI - The Adviser Investment) "para compra e venda de ações no mercado financeiro nacional e internacional com o objetivo de manipular os ativos de pessoas jurídicas".
Segundo a Procuradoria, os dois operavam clandestinamente nas bolsas de valores por meio de interposta pessoa, a TAI, que não tinha autorização para operar para terceiros. No total, foram movimentados US$ 800 milhões ilegalmente, segundo o Ministério Público Federal. Em sua decisão, o juiz Marcelo Bretas relata duas operações suspeitas na bolsa de valores de Toronto (Canadá) para aumentar seu lucro na compra de companhias de mineração. Há ainda fraudes, segundo o magistrado, em negociações de ações da MMX, MPX e OGX.
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Todas as operações suspeitas que envolvem Eike foram realizadas de 2010 a 2013. Bretas considerou a prisão temporária necessária para "busca a obtenção de elementos de informação a fim de confirmar a autoria e materialidade dos delitos". "Nessa toada, a imprescindibilidade da medida para a investigação é evidente, assegurando, dentre outros efeitos, que o investigado seja ouvido pela autoridade policial sem possibilidade de prévio acerto de versões com outros sujeitos", escreveu o magistrado ao decretar a prisão.
O advogado Fernando Martins, que defende o empresário, afirmou que considera a prisão ilegal. "A prisão temporária de Eike Batista foi decretada com o fundamento de que fosse ouvido em sede policial sobre fatos supostamente ocorridos em 2013, tratando-se, portanto, de uma prisão sem embasamento legal", disse o advogado. (FP)
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