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Adesivos com pássaros foram implantados (sem sucesso) para evitar o choque das aves com o vidro | Thiago Neme
Uma nova empresa deve ser anunciada para concluir o paisagismo do corredor verde multifuncional na Universidade de São Paulo (USP), uma das maiores e mais importantes universidades públicas do Brasil, sete anos após a construção do muro de vidro que prometia integrar o campus à cidade.
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O novo contrato marca mais um capítulo da obra iniciada em 2017, na gestão de João Doria, e que já consumiu ao menos R$ 3 milhões na primeira etapa.
Desde então, o muro passou mais tempo em reforma do que concluído, e a universidade continua sem informar o valor total nem a previsão de entrega do projeto.
Em 2017, durante a gestão de João Doria, a prefeitura instalou muros de vidro na USP e prometeu a integração entre a raia da universidade e a cidade. Na época, o valor da obra foi estimado em R$ 15 milhões.
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Porém, logo nas duas primeiras semanas, muitos pássaros se chocaram com os vidros do muro. As sucessivas destruições obrigaram a USP a buscar uma solução: um corredor verde multifuncional.
Sete anos depois do projeto de Doria, uma nova empresa será anunciada para concluir o paisagismo local. Somente a primeira etapa da construção do novo muro custou R$ 3 milhões. Quando questionada sobre o valor total da obra, a universidade não respondeu às solicitações de informações.
O trabalho da prefeitura terminou ainda na gestão Dória. O muro faz parte do projeto no qual o ex-prefeito defendia que as empresas privadas podiam doar parte do dinheiro para construções da prefeitura. Depois dos problemas com os pássaros a gestão ficou só com a USP e o fundo deles.
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O projeto do corredor verde multifuncional foi iniciado em 2022 e dividido em duas etapas. A primeira, concluída em dezembro de 2023, demoliu parte do muro de vidro e custou cerca de R$ 3 milhões.
Já a segunda começou no final de 2024 após a derrubada de uma liminar ambiental da Justiça que, segundo a USP, impedia o restante da demolição do muro de vidro.
Entre as medidas ambientais acordadas, ficou acertada a instalação de tramas de bambu ao longo do trecho e plantação de trepadeiras. Além disso, todo o descarte de resíduos está sendo realizado corretamente, informou a USP em nota.
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Já a finalização da obra com a implementação de 100% da flora nativa vai depender do resultado de uma nova licitação, que será divulgada em breve.
Ou seja, desde que foi construído em 2018 até agora, o muro passou mais tempo danificado ou em reforma do que pronto. A integração da paisagem com a Marginal Pinheiros nunca aconteceu.
A reportagem entrou em contato com a USP por e-mail e telefone diversas vezes para questionar sobre os valores totais e a previsão de entrega, mas a universidade não respondeu a todas as dúvidas.
A Gazeta esteve no local na terça-feira (7/10) e vestígios de vidro ainda permaneciam no muro.
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