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Cotidiano

'Não vão me pegar', diz Bolsonaro

INVESTIGAÇÕES A FLÁVIO. Presidente diz nos EUA que investigações a seu filho são feitas para prejudicar o seu governo

Matheus Herbert

17/05/2019 às 01:00

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Jair Bolsonaro recebeu o prêmio de Personalidade do Ano da Câmara de Comércio Brasil-EUA

Jair Bolsonaro recebeu o prêmio de Personalidade do Ano da Câmara de Comércio Brasil-EUA | /Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quinta-feira, nos EUA, que as investigações que avançam sobre seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), são feitas para atingi-lo. De acordo com o presidente, que colocou seu sigilo bancário à disposição, as apurações estão "fazendo um esculacho" em cima de Flávio para prejudicar o seu governo.

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"Façam justiça! Querem me atingir? Venham pra cima de mim! Querem quebrar meu sigilo, eu sei que tem que ter um fato, mas eu abro o meu sigilo. Não vão me pegar", afirmou Bolsonaro, em Dallas, no Texas.

O Ministério Público do Rio de Janeiro considera haver indícios robustos dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete de Flávio no período em que ele exercia o mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, de 2007 a 2018.

De acordo com o Gaecc (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção), responsável pela investigação, o gabinete de Flávio tem características de uma organização criminosa "com alto grau de permanência e estabilidade, formada desde o ano de 2007".

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Os promotores apontam três núcleos "hierarquicamente compartimentados": um que nomeava os assessores, outro que recolhia e distribuía parte dos salários dos servidores e o terceiro composto por aqueles que aceitavam o compromisso de entregar parte de suas remunerações. Os integrantes de cada núcleo, contudo, não são nomeados.

Foi com base nesses indícios que a Promotoria solicitou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 86 pessoas e nove empresas. O senador Flávio Bolsonaro foi um dos atingidos pela medida, deferida pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.

Como mostrou a "Folha de S.Paulo", a quebra de sigilo nas apurações sobre a movimentação financeira de Flávio atinge ao menos cinco ex-assessores de Bolsonaro.

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Todos os cinco assessores trabalharam tanto no gabinete do pai, na Câmara dos Deputados, como no do filho, na Assembleia do Rio, ao longo do período que engloba a quebra dos sigilos, de janeiro de 2007 a dezembro de 2018.

O presidente afirmou que o Ministério Público quebrou o sigilo de seu filho "desde o ano passado" e que os investigadores agora querem dar "um verniz de legalidade" às apurações. (FP)

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