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O mercado de flores do Largo do Arouche será substituído na reforma por um mercado com paredes transparentes | /EDUARDO KNAPP/FOLHAPRESS
Enquanto ao seu redor o Arouche começa a mudar, as velhas bancas de flores ficarão lá, iguais. Elemento central da reforma do largo no centro de São Paulo, o novo prédio para o mercado não tem data para sair do papel.
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As obras, iniciadas no dia 24, contam com
R$ 2,3 milhões, captados à iniciativa privada pela Câmara de Comércio França-Brasil.
O montante cobre apenas as fases 1 e 2 do projeto, anunciado em 2017, ainda na gestão de João Doria (PSDB) como prefeito, e concebido pelo escritório franco-brasileiro Tryptique.
A marquise que abrigaria as bancas que ali vendem flores desde 1952 - com cobertura que captaria água pluvial para irrigar o largo e células fotovoltaicas que lhe dariam autonomia energética - custaria outro R$ 1,5 milhão. Durante a cerimônia de abertura das obras, o prefeito Bruno Covas (PSDB) disse que os recursos continuam sendo
buscados.
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O novo mercado não é importante somente pelos seus aspectos tecnológicos.
Definido como "coração do projeto" pelo arquiteto francês Greg Bousquet, sócio do Tryptique, é a principal ferramenta do plano para mudar o espaço existente.
Enquanto o prédio atual, de alvenaria, volta as costas cegas e gradeadas para o interior da praça, o novo, em estrutura metálica, seria transparente e aberto para todos os lados.
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As verbas disponíveis pagarão a nova pavimentação, jardinagem e equipamentos. Essas etapas devem estar concluídas entre outubro e novembro. A esperança de Bousquet é que os recursos para o mercado de flores surjam até lá.
Preservado, o traçado original terá piso de tonalidade distinta da usada nas áreas de circulação novas. Estas foram pensadas para reduzir a velocidade dos veículos, priorizando pedestres.
A dúvida quanto à construção do mercado coroa o caminho atribulado do projeto até agora. Aprovado pelo Conpresp, o projeto não foi discutido pelo ETGC (Escritório Técnico de Gestão Compartilhada), que tem como função debater previamente intervenções em áreas tombadas, para fomentar o entendimento comum entre os órgãos do patrimônio.
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O Condephaat aprovou o projeto em 2018, apesar de três pareceres produzidos no âmbito estadual terem sido contrários às mudanças - dois de arquitetos da UPPH (Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico) e um da representante do Instituto de Arquitetos do Brasil no Condephaat, Sarah Feldman.
Todos questionavam a necessidade de criar novos elementos, como a horta comunitária e o espaço para crianças, criticavam a alteração da forma de canteiros e a implantação de quiosques, que alterariam a percepção do espaço. (FP)
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